Durante troca de equipamento, Hemosul examinou sangue por 23 dias até fora de MS
Por isso, as bolsas que deveriam abastecer os hospitais de MS tiveram atraso de até 48 horas
Necessárias para salvar vítimas de acidentes de trânsito e tratar pessoas com câncer, por exemplo, as bolsas de sangue são material essencial dentro dos hospitais. A agilidade na liberação delas aos de Mato Grosso do Sul, no entanto, ficou comprometida durante 23 dias e só começa a ser normalizada a partir de agora.
Como minutos fazem diferença quando a necessidade é de sangue, o problema é considerado grave por entidades que lutam por aumento das doações.
A raiz da questão foi a substituição de três equipamentos no Hemosul coordenador de Campo Grande, que são indispensáveis para rastrear vírus e doenças em amostras do sangue recebido. É isso o que garante a segurança do receptor. Somente com nada constatado é que a liberação às instituições de saúde ocorre.
Uma das máquinas trocadas pertence à unidade Bio-Manguinhos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e ao Ministério da Saúde, e outras duas eram locadas de uma empresa privada que não venceu nova licitação e perdeu o contrato.
"Isso levou a um atraso de 24 a 48 horas para a liberação de bolsas" diariamente durante quase um mês, confirmou a assessoria de imprensa do Hemosul. É que foi preciso mais tempo para enviar as amostras em aviões com destino a hemocentros de Brasília (DF) e Ceará (PE). Foram eles que "socorreram" o Hemosul coordenador até que o primeiro equipamento fosse instalado.
O processo de substituição era inevitável para atualização tecnológica e para cumprir questões contratuais, segundo informou também a assessoria. Só que o tempo calculado para isso se protelou porque a antiga empresa locatária das duas máquinas e também fornecedora de kits para exames, que incluem reagentes, demorou para retirar seus equipamentos do laboratório de sorologia do Hemosul. Foram cinco dias a mais do que o prazo legal esperando. A PGE (Procuradoria-Geral do Estado) precisou conseguir ordem judicial para exigir a retirada pela empresa.
Para também "socorrer" o Hemosul nisso, o Hospital Militar de Campo Grande começou a receber as amostras e enviar os resultados. A instituição da Capital assumiu o posto em 18 de agosto e segue prestando o apoio até que o último equipamento recém-chegado seja instalado.
Quando o primeiro equipamento chegou (segunda foto), a instituição passou a contar com mais agilidade para o processamento de exames de HIV, vírus que pode causar a Aids, por exemplo, explica o coordenador de tecnologia do Hemosul, Rinaldo Nunes Rodrigues. "Essa tecnologia reduz a janela imunológica dele e reduz de 16 para 6 a 10 dias a possível identificação", explica.
A capacidade de processamento da máquina é de 112 testes por hora. Houve aumento em relação ao anterior, acrescenta o coordenador de tecnologia.
Ainda falta instalar o segundo equipamento locado. Todo esse processo demora bastante, justifica Reinaldo, porque é preciso fazer a montagem, calibragem, instalação de software e testagem. Pode levar dias, que se somarão aos 23 já passados.
Por fim, a rede garante que a situação está normalizada com o apoio do Hospital Militar. A previsão é que todos os últimos equipamentos estejam em funcionamento até a semana que vem.
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(*) Editada às 10h01 de 30 de agosto para correção de informações.