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Cidades

Em meio a irregularidades sanitárias, Santa Casa enfrenta mais uma superlotação

Com muitos pacientes de fora em alta, foram procurados municípios do interior do Estado para buscá-los

Por Lucia Morel | 11/12/2024 19:25
Setor verde da Santa Casa está com 47 pacientes onde cabem apenas sete. (Foto: Divulgação Santa Casa)
Setor verde da Santa Casa está com 47 pacientes onde cabem apenas sete. (Foto: Divulgação Santa Casa)

Em meio à recém-autuação da Santa Casa pela Vigilância Sanitária Estadual, o hospital volta a passar por situação crítica de superlotação. O ente estadual identificou em inspeção diversas irregularidades, entre elas, risco de contaminação cruzada entre alimentos. Já na tarde de hoje, a unidade hospitalar apresentou 84 pessoas no Pronto Socorro, onde a capacidade é de menos da metade.

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A Santa Casa de Campo Grande enfrenta grave superlotação, com 84 pessoas no pronto-socorro (capacidade para menos da metade) e 47 pacientes na área verde, projetada para apenas sete. A situação crítica, agravada por uma recente autuação da Vigilância Sanitária por irregularidades higiênicas, prejudica a assistência aos pacientes e aumenta o risco de eventos adversos. O hospital busca solucionar o problema com transferências e solicitações de alta a municípios, mas enfrenta uma "epidemia de traumas" e pede à população mais cautela. O Ministério Público investiga se as providências tomadas pelo hospital para corrigir as irregularidades são suficientes.

A gerente de inteligência e regulação hospitalar da Santa Casa, Patrícia Berg, explica que o quadro de superlotação é crítico. “Nós temos apenas 6 leitos de unidade de emergência e 7 leitos na nossa área verde, que seria a unidade não emergencial. Mas onde ficam os pacientes aguardando por um leito de enfermaria, neste momento, temos 84 pacientes e desses, 47 estão na área verde e neste momento nós não temos leitos”, enfatizou em comunicado à imprensa.

Segundo Berg, o maior risco é que pacientes fiquem desassistidos e ocorram eventos adversos, como ela mesma classificou. “A assistência se torna prejudicada e com isso eu aumento o risco do que a gente chama de eventos adversos, ou seja, o paciente pode não ter um tratamento adequado em tempo oportuno e a sua melhora pode não acontecer”, reverberou.

Falta de limpeza na área de armazenamento de alimentos da Santa Casa. (Foto: Reprodução)
Falta de limpeza na área de armazenamento de alimentos da Santa Casa. (Foto: Reprodução)

A gerente também informou que o núcleo interno de regulação do hospital já “tomou várias medidas em relação à agilidade das altas das enfermarias para tentar acomodar esses pacientes que estão na área verde”, solicitando transferências dos pacientes que não são da referência exclusiva da Santa Casa, como traumatizados ou queimados, por exemplo.

Além disso, foram procurados municípios e secretarias de cidades do interior do Estado, “cobrando as altas, ou seja que os pacientes que estão de alta estão de outros municípios retornem para esses municípios e estamos aguardando devolutiva, porque temos várias altas que são de municípios do interior do Estado”, citou.

Segundo ela, está ocorrendo uma “epidemia de traumas” nesse período do ano e pede atenção da população. “Evitem acidentes, fiquem vigilantes em relação às regras de trânsito, evitem bebida alcoólica e evitem mais acidentes, para que não precisem estar aqui dentro da nossa instituição junto aos pacientes vítimas de politrauma”,

Vigilância - Inquérito da 32ª Promotoria de Justiça verifica se a Santa Casa está tomando as providências adotadas pelo hospital para regularização dos problemas constatados em fiscalização da Vigilância Sanitária Estadual no último dia 2 de dezembro. Diante do cenário encontrado, a entidade foi autuada e recebeu 30 dias para corrigi-los.

Uma das constatações da Vigilância Sanitária. (Foto: Reprodução)
Uma das constatações da Vigilância Sanitária. (Foto: Reprodução)

Entre os problemas estão as condições precárias em equipamentos usados na preparação, armazenamento, transporte e distribuição dos alimentos, o que compromete a higienização e aumenta o risco de contaminação; local de armazenamento de alimentos muito sujos; a área utilizada para o preparo de dietas especiais foi encontrada em condições higiênico-sanitárias inadequadas e com limpeza precária; entre outros, como número de pias para lavagem de mãos insuficientes.

Segundo o Ministério Público, esta não é a primeira notificação que hospital recebe e já houve ao menos cinco notificações e autuações, sendo que “após ser notificado, o Hospital adotou providências corretivas e preventivas, elaboradas pelas áreas de Higienização Hospitalar, Gerência de Enfermagem e Núcleo de Segurança do Paciente”, mas é “imprescindível” que haja “envolvimento do setor de Controle de Infecção.;

Também ressalta que “as evidências demonstram instalações físicas inadequadas para a execução da atividade hospitalar no local, sendo imprescindível, adequações estruturais e substituição de equipamentos e materiais deteriorados no setor, a fim de propiciar um ambiente seguro para a prática assistencial de qualidade aos pacientes assistidos”.

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