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Cidades

Enganados com falsa oferta de emprego, trabalhadores poderão voltar para casa

Mediação feita pelo Ministério Público do Trabalho definiu também remoção a hotel com melhores condições

Lucia Morel | 13/05/2023 11:48
Acordo foi definido ontem à tarde em reunião no MPT. (Foto: Paulo Francis)
Acordo foi definido ontem à tarde em reunião no MPT. (Foto: Paulo Francis)

Trabalhadores enganados com proposta enganosa de emprego conseguiram acordo para voltarem para casa. Audiência mediada ontem pelo procurador do trabalho Paulo Douglas Almeida de Moraes, no Ministério Público do Trabalho, determinou que a Enesa Engenharia, que recrutou soldadores, custeie o retorno por avião aos candidatos e troca do local de hospedagem.

O caso chegou ontem ao Campo Grande News através do Sinticop-MS (O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada de Mato Grosso do Sul). O relato da entidade e dos trabalhadores foi de que, selecionados via aplicativo e vindos de estados do Norte e Nordeste, os soldadores se candidataram às vagas e a empresa pagou as passagens aéreas para a vinda até Campo Grande.

Chegando aqui, eles passaram por testes e nenhum deles passou, mas lhes ofereceram vaga inicial cujo valor salarial corresponde a metade do acordado. As condições de hospedagem também foram questionadas e relatos de comida de má qualidade no hotel foram enfatizadas. Além disso, representante da Enesa teria ameaçado os trabalhadores que reclamavam do local, dizendo que “não entendo de solda, mas de fuzil, metralhadora e pistola sim”.

Diante desses fatos, o MPT determinou que em 48 horas a empresa e o sindicato formalizem lista com nomes de todos os soldadores que precisam retornar para casa e a entregue ao ministério em 72 horas. O valor do salário previsto (cerca de R$ 3 mil) ainda servirá de base para aferir valor de multa a ser aplicada por quebra de acordo coletivo.

Os trabalhadores listados terão direito a voltar para casa de avião, desembarcando no aeroporto mais próximo da moradia e caso seja em outra cidade, o transporte terrestre também seja custeado pela Enesa.

Trecho de acordo definido ontem. (Foto: Reprodução)
Trecho de acordo definido ontem. (Foto: Reprodução)

Os soldadores que fizeram o teste, não passaram, mas que já voltaram para casa também foram contemplados no despacho acordado, receberão a diferença de valores entre R$ 800,00 pagos a cada um pela vinda até Campo Grande, somados com a multa a ser aplicada.

Também foi determinado que a Enesa não forneça lista à Suzano com possíveis nomes de soldadores a não serem contratados e ainda, a remoção dos trabalhadores a hotel próximo ao Aeroporto Internacional de Campo Grande que tenha segurança privada. Caso não, o sindicato deverá contratar agentes, a serem pagos pela empresa, para evitar possíveis ameaças.

“Hoje foi uma vitória do sindicato e dos trabalhadores das regiões Norte e Nordeste que vieram ao Mato Grosso do Sul com falsa promessa de emprego. Durante a audiência de mediação com a empresa ENESA Engenharia, ficou acordado que desde a partida desses trabalhadores de seus Estados de origem, a empresa deve custear todas as despesas de passagens aéreas e remunerar os trabalhadores, além de alojarem os trabalhadores em outro local, agora um hotel em frente ao Aeroporto”, comemorou o presidente do sindicato, Walter Vieira dos Santos.

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