Estado precisa de 78 novos leitos de UTI e intermediários para recém-nascidos
As investigações identificaram ainda que nem mesmo a rede particular de saúde tem leitos suficientes
Ministério Público de Mato Grosso do Sul cobra na Justiça que o Poder Público instale 78 unidades de tratamento intensivo e intermediário para crianças em Campo Grande e no restante do Estado. O pedido é resultado de investigação da 76ª Promotoria de Justiça sobre a falta desse tipo de leito.
Ocorre que Mato Grosso do Sul possui 54 leitos de UTI Neonatal, 62 de UCINco (Unidade de Cuidado Intermediário Convencional) Neonatal e apenas 13 de UCINca (Unidade de Cuidados Intermediários Canguru), quando o ideal seria de 83 UTIs, 83 UCINco e 41 UCINca, conforme portaria 930 de 2012 do Ministério da Saúde.
Verificações in loco realizadas nos três hospitais de Campo Grande que têm maternidades – Santa Casa, Regional e Universitário – bem como na própria Maternidade Cândido Mariano, demonstraram, conforme a promotoria, a necessidade de mais leitos, já que sempre havia, durante as visitas, leitos praticamente 100% ocupados.
Em alguns casos, como na Santa Casa, por exemplo, o Centro Obstétrico, esteve sempre atuando acima da capacidade, inclusive com salas de cirurgia ocupadas por recém-nascidos que precisavam de tratamento intensivo e assim, travando esses espaços para demais procedimentos.
As investigações identificaram ainda que nem mesmo a rede particular de saúde tem leitos suficientes, utilizando-se com frequência das vagas, já apertadas, do SUS (Sistema Único de Saúde).
Aumento – durante as investigações, o Poder Público – Prefeitura de Campo Grande e Estado de Mato Grosso do Sul – ampliou a rede de leitos neonatal, mas não foi suficiente. Foram cinco novas vagas de UTI na Santa Casa inaugurados em 11 de fevereiro deste ano.
Além disso, “no fim do ano, o Município abriu quatro leitos de UTI Neonatal Maternidade Cândido Mariano e outros onze devem ser abertos até o final deste ano”, diz nota da prefeitura sobre a inauguração dos leitos na Santa Casa.
Sobre a ação em trâmite, a reportagem pediu retorno do município, que informou em nota que "Campo Grande possui hoje o número de UTIs neonatal suficientes para atender a toda a população da macrorregião que lhe compete, contudo vem absorvendo também a demanda de municípios que fazem parte de outras macrorregiões, ou seja, dando assistência, assim, a um número de pacientes muito maior que aquele que lhe cabe. Um exemplo disso é a visita técnica realizada na Santa Casa na semana passada após o hospital alegar que estava com lotação máxima nos leitos UTIN. No relatório da equipe, observa-se que dos 28 pacientes internados, 9 eram da Capital, 19 desta macrorregião, 2 da macro de Dourados, 4 da macrorregião de Corumbá e 2 de Três Lagoas, cidades estas que possuem leitos de UTI Neo e deveriam absorver a esta demanda."
Matéria editada às 14h02 de 17 de março para acréscimo da resposta da Sesau.