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Cidades

Evento discute ambulatório LBGTQIA+ e infecções sexualmente transmissíveis

Evento faz parte do calendário da campanha "Maio da Diversidade", promovido pela Setescc

Idaicy Solano e Thays Scnheider | 17/05/2023 13:50
Evento reuniu autoridades para discutir políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+. (Foto: Paulo Francis)
Evento reuniu autoridades para discutir políticas públicas para a comunidade LGBTQIA+. (Foto: Paulo Francis)

Foi realizado nessa terça-feira (16) o 1° Colóquio Estadual de Saúde Pública LGBTQIA+, “Acolhimento e enfrentamento à LGBTfobia no SUS”, com destaque para atendimento nas unidades de saúde em Mato Grosso do Sul. Evento foi promovido pela Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), em parceria com a Subsecretaria de Estado de Políticas Públicas LGBTQIA+.

Organizado pelo subsecretário de Políticas Públicas LBGTQIA+, Vagner Campos, o colóquio faz parte da campanha "Maio da Diversidade" e faz alusão aos 12 anos da criação da lei que instituiu o dia 17 de maio como o Dia Estadual de Combate à Homofobia em Mato Grosso do Sul.

Evento também relembra os 33 anos desde que a Assembleia Geral da OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, ao declarar que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio”.

Vagner relembra que Mato Grosso do Sul é o terceiro estado que mais mata transexual e travesti, dada a importância de se discutir ações afirmativas para a proteção da comunidade LGBTQIA+.

O mês de maio é o mês que montamos um calendário para essa pauta, dia 17 é o dia de enfrentamento à LGBTfobia. Evento é realizado por diversas cidades de MS. Por exemplo, em Aquidauana, teve a parada da diversidade. Hoje e amanhã serão dois dias simbólicos. Enfrentamento tem que ser todos os dias, estamos discutindo diariamente com o Legislativo as nossas leis. Vamos apresentar ao governador nossas demandas".

Subsecretário de Políticas Públicas LBGTQIA+, Vagner Campos, fala sobre a importância do evento. (Foto: Paulo Francis)
Subsecretário de Políticas Públicas LBGTQIA+, Vagner Campos, fala sobre a importância do evento. (Foto: Paulo Francis)

No evento, foi discutido o credenciamento do ambulatório trans no Estado e, segundo o coordenador do Centro Estadual de Cidadania LGBT+ Jonatan Espíndola, representantes da subsecretaria serão enviados para Brasília para discutir alternativas para que o serviço seja credenciado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e passe a receber recursos.

Segundo Espíndola, foi apontado na discussão que o serviço do ambulatório não é ofertado adequadamente por conta da escassez de recursos.

No evento, foi revelado que os serviços de prevenção e tratamento de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e Aids (Vírus da Imunodeficiência Humana) estão em processo de descentralização. "Ou seja, oferta nas unidades básicas de saúde serviços como a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e PEP (Profilaxia Pós-Exposição)", explica o coordenador.

O PEP é o medicamento anti-HIV para uso em caráter de urgência, após uma situação de risco, por somente 28 dias. Já a PrEP é de uso programado, ou seja, a pessoa começa a tomar antes da próxima exposição e por tempo indeterminado.

Na ocasião, também foram apontadas práticas de prevenção e de combate às IST e Aids, além de estratégia para adesão e combate ao abandono de tratamento dos pacientes. "Este colóquio é fruto destas parcerias, demandas e provocações que foram sendo identificadas no dia a dia trabalhando diretamente com a população LGBTQIA+", finalizou o coordenador.

A médica infectologista e palestrante Marianna Bezerra fala sobre a importância de realizar o tratamento, quando infectado por IST. (Foto: Paulo Francis)
A médica infectologista e palestrante Marianna Bezerra fala sobre a importância de realizar o tratamento, quando infectado por IST. (Foto: Paulo Francis)

A médica infectologista e palestrante Marianna Bezerra, 29 anos, trabalha no centro de testagem e acompanhamento e relata que convive diariamente com pessoas infectadas pelo vírus HIV. Segundo a médica, em Mato Grosso do Sul, cerca de 12 mil pessoas convivem com o vírus.

Segundo a médica, apesar de os números de infectados pelo vírus seguir crescendo no Estado, hoje em dia, o número de pessoas doentes ou mortas em decorrência do vírus está em queda, graças ao PrEP e PEP, que são prevenções ao HIV eficazes que com o tratamento as pessoas apresentam carga viral indetectável.

O professor do curso de Medicina da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Daniel Canavese também aproveitou para chamar atenção para o enfrentamento dos casos de violência contra a população LGBTQIA+ e alertar para a importância de denunciar os casos.

Uma das conquistas é que agora o SUS tem um banco de dados onde a pessoa que sofrer violência e procura unidade de saúde, o caso fica registrado. Pessoas trans e travesti lideram o número de pessoas violentadas, esse dado foi feito em base aos atendimentos pelo SUS. Estamos contando com o SUS para auxiliar essa luta. Cerca de 200 pessoas estão participando das palestras", disse Daniel Canavese.

Professor do curso de medicina da UFRGS Daniel Canavese fala sobre o apoio do SUS às vítimas de violência. (Foto: Paulo Francis)
Professor do curso de medicina da UFRGS Daniel Canavese fala sobre o apoio do SUS às vítimas de violência. (Foto: Paulo Francis)


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