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Cidades

Exército fará homenagem em Campo Grande aos 55 anos da ditadura militar

O presidente da República, Jair Bolsonaro, autorizou a comemoração da data nos quartéis e guarnições militares; data havia saído do calendário oficial em 2012

Silvia Frias | 27/03/2019 12:08
Comemoração autorizada pela presidência será na sexta-feira, às 9 horas, para "ressaltar protagonismo das
Forças Armadas" (Foto: Marina Pacheco)
Comemoração autorizada pela presidência será na sexta-feira, às 9 horas, para "ressaltar protagonismo das Forças Armadas" (Foto: Marina Pacheco)

Com aval da Presidência da República, o CMO (Comando Militar do Oeste) irá realizar solenidade em comemoração ao golpe militar ocorrido no dia 31 de março de 1964. O convite refere-se à data como “Revolução Democrática de 31 de março de 1964”, marcada para sexta-feira, 29 de março, às 9 horas.

A comemoração pelo golpe militar havia saído do calendário de comemorações oficiais em 2012, por ordem da então presidente da República Dilma Rousseff, mas, segundo informações do governo, continuava a ocorrer informalmente. A assessoria do CMO confirmou que a solenidade será alusiva ao “regime democrático”.

No dia 25 de março, o presidente da República Jair Bolsonaro aprovou a leitura de mensagem em quartéis e guarnições militares, em alusão à data que determinou a tomada do poder pelas forças militares, regime ditatorial que durou 21 anos (1964-1985) e completa 55 anos no próximo domingo.

O porta-voz da presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que Bolsonaro não considera 31 de março como golpe militar. “Se isso não tivesse ocorrido, hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo aqui que não seria bom para ninguém”.

A mensagem autorizada pelo governo federal deve ressaltar o “protagonismo das Forças Armadas nesse momento histórico do país”.

Ontem, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), colegiado que funciona na PGR (Procuradoria Geral da República) criticou a decisão de Bolsonaro. O texto foi assinado pela procuradora Deborah Duprat e por três procuradores auxiliares. “Festejar a ditadura é festejar um regime inconstitucional e responsável por graves crimes de violação aos direitos humanos”.

Para o MPF, “essa iniciativa soa como apologia à prática de atrocidades massivas e, portanto, merece repúdio social e político, sem prejuízo de repercussões jurídicas”.

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