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Cidades

Lutador suspeito de roubo e estupro em MS já foi preso mais de 5 vezes

Erberth e André foram presos em São Paulo após terem cometido ao menos 6 crimes de estupros e roubos em MS

Viviane Oliveira | 26/08/2023 09:37
 Erberth Santos de Mesquita é campeão mundial de jiu-jitsu (Foto: reprodução/Redes Sociais)
 Erberth Santos de Mesquita é campeão mundial de jiu-jitsu (Foto: reprodução/Redes Sociais)

Preso desde quinta-feira (24), o lutador de jiu-jitsu Erberth Santos de Mesquita, de 31 anos, tem um histórico de polêmicas que envolvem roubo de motocicletas, cinco apreensões na juventude, agressões a adversários e uso de drogas. Ele e o também lutador André Pessoa, de 29 anos, foram presos em Boituva, no interior de São Paulo, após terem cometido série de crimes contra garotas de programa em Mato Grosso do Sul.

Em entrevista concedida ao Globo Esporte em janeiro de 2014, o tricampeão mundial Erberth Santos falou sobre o passado com o crime e as dificuldades da juventude. Os problemas, no entanto, eram tratados com olhar de superação e “vida nova”. Na época, ele era reconhecido como um dos maiores representantes da arte suave. Mas os anos seguintes foram de envolvimento em novas polêmicas.

Criado em Roraima, Erberth conheceu o esporte quando tinha apenas 9 anos. Morador do bairro Calungá, em Boa Vista, ele treinava em um projeto social da associação PF Team. Até os 15 anos, segundo a entrevista de 2014, o lutador conciliava a arte marcial e a aproximação com a criminalidade. Com o tempo, revelou ter se tornado figura conhecida pelos policiais da região onde vivia. Depois de cinco prisões e a vida ameaçada pelo crime, ele chegou a dizer que o jiu-jitsu teria “mudado” sua vida.

Em 2019, Erberth se envolveu em uma série de problemas profissionais. No início daquele ano, sofreu um acidente de moto que o obrigou a diminuir o ritmo. Em fevereiro, o lutador disse ter “perdido a cabeça” ao se envolver em uma confusão no BJJ Stars e agredir membros da equipe adversária.

Ele foi desclassificado e alegou, na época, que havia sofrido racismo e recebido insultos. Já em 2021, o lutador teria sido expulso de um estabelecimento por policiais na Praia Brava, em Itajaí, no estado de Santa Catarina, conforme informações do jornal O Globo.

André (sem camisa) e Erberth (com blusa preta) foram presos em Boituva, interior de São Paulo (Foto: divulgação)
André (sem camisa) e Erberth (com blusa preta) foram presos em Boituva, interior de São Paulo (Foto: divulgação)

Estupros - Nesta semana, quatro mulheres procuraram a Deam (Delegacia Especializada de Proteção à Mulher) da Capital e relataram que foram estupradas e roubadas nos dias 22 e 23 de agosto. Outras duas procuraram a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Três Lagoas e afirmaram que foram vítimas dos mesmos crimes, praticados de forma violenta.

Em MS, a dupla passou por Aquidauana, Miranda, Corumbá, Campo Grande e Três Lagoas, onde cometeu os crimes. Um frentista, vítima de roubo em um posto de combustíveis, na BR-262, em Terenos, também apontou os dois lutadores como autores do crime na madrugada da última terça-feira (22).

A dupla, de renome internacional, veio ao Estado para uma palestra sobre mudança de vida no esporte, que aconteceria em um evento na cidade de Aquidauana, mas não apareceu no local. Segundo o tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva, comandante do BPChoque (Batalhão de Choque) da Polícia Militar, Erberth teria uma história de superação e por isso foi chamado para o evento, no entanto, quando ele não apareceu, levantou uma preocupação nos organizadores.

Uso de droga - Ao Campo Grande News, a delegada Analu Ferraz, responsável pela investigação dos estupros na Capital, contou que a dupla prestou depoimento à polícia e ambos os lutadores afirmaram que foram dopados pelas vítimas que batizaram suas bebidas. Erberth teria usado maconha e André cocaína.

Com isso, perderam o controle e não tinham noção do que estavam fazendo. No entanto, para a delegada, a versão é totalmente incabível. "A câmera de segurança que registrou a ação não deixa dúvidas sobre o crime. A alegação de que tiveram as bebidas batizadas não existe. Todas as vítimas que procuraram a delegacia reconheceram os suspeitos", destacou Analu.

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