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Cidades

Prazo fica 4 vezes maior e adolescentes terão de esperar 12 semanas para 2ª dose

Anteriormente, prazo era entre 21 dias a oito semanas; decisão é para evitar embate com Ministério da Saúde

Guilherme Correia | 20/09/2021 10:59
Jovem se vacina contra a covid-19, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Jovem se vacina contra a covid-19, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirmou nesta segunda-feira (20), que adolescentes de 12 a 17 anos, que receberam apenas a primeira dose de vacina contra a covid-19, da Pfizer, terão de aguardar 12 semanas para receber o reforço e garantir maior chance de imunização.

Cerca de 60,19% da população sul-mato-grossense dessa faixa etária recebeu a primeira dose, enquanto 4,81% já tomaram a segunda dose. Anteriormente, o prazo dessa patente - a única avalizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em crianças - era de 12 semanas, reduziu para oito e depois diminuiu, em MS, para 21 dias.

Essa decisão foi tomada com base na recente confusão causada pelo Ministério da Saúde, que recomendou a suspensão da vacinação desse público. No entanto, Mato Grosso do Sul e outras 21 unidades da federação contrariam nota técnica e continuarão vacinando os jovens.

"Esperamos que o Ministério da Saúde possa reavaliar", aponta Resende, que garante que de forma conjunta com os municípios sul-mato-grossenses, o Estado deve "continuar aplicando D1 [primeira dose]" em adolescentes e crianças dessa faixa etária.

Justificativa - Segundo o titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde), a escolha do prazo de 12 semanas - o equivalente a 84 dias - foi feita para evitar complicações com a pasta federal.

"Vamos deixar para que a gente tenha um prazo para dirimir essa situação que o Ministério da Saúde criou e que trouxe desconforto a todos nós, secretários estaduais, municipais, e toda a população de pais e mães de adolescentes e, inclusive, do próprio adolescente, que tem tido procura bastante intensa para fazer a imunização", argumenta Resende.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, o pedido de suspensão feito pelo Ministério se deu por conta de um episódio de uma possível reação adversa da vacina em uma jovem, de 16 anos, moradora de São Bernardo do Campo (SP). No entanto, o governo de São Paulo descartou a correlação entre a injeção e os efeitos graves causados na jovem.

Além disso, a pasta alega ter se baseado em recomendação feita pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que recomenda priorizar a vacinação de pessoas adultas. Contudo, a própria diretriz aponta que as crianças têm de ser vacinadas, quando houver disponibilidade de imunizantes.

No Estado, todos os municípios já liberaram, em algum momento, vacinação de pessoas de 18 anos ou mais, e o cenário vivido atualmente é de maior disponibilidade de vacinas.

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