Preocupados com greve, clientes tentam retirar encomendas de Correios
Funcionários de Mato Grosso do Sul aderiram à paralisação nacional desde 22h de ontem (17)
Paralisados desde a noite de segunda-feira (17), funcionários dos Correios em Mato Grosso do Sul aderiram à greve nacional após assembleia. Sem previsão para fim da paralisação, clientes foram até a central de distribuição preocupados com a retirada de entregas.
Depois de saber da greve, Pedro Garcia, de 31 anos, foi até a rua Barão do Rio Branco para saber sobre sua encomenda. Na Central de Distribuição e agência Estação Rodoviária, atendentes estavam encaminhando os usuários para retirada. “Fiquei sabendo e me preocupei se ia chegar em casa ou não. Aí vim descobrir, me falaram que consigo retirar por aqui mesmo”, disse.
Sem entender o motivo de não ter recebido um pedido que fez em loja online, a esteticista Ligia Soares de Oliveira Sandes, de 31 anos, também foi até a Central. Ela explicou que não sabia da paralisação, “mas agora fiquei preocupada, faz sentido. Estava esperando uma encomenda para a minha filha, sabia que estava em Campo Grande, mas não foram levar em casa”.
Conforme informado pela presidente do Sintect-MS (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de MS), Elaine Regina de Souza Oliveira, a estimativa é que 90% dos setores sejam suspensos durante a greve. Na manhã de hoje, 3 dos 5 funcionários na agência da Avenida Bandeirantes não foram trabalhar.
Sobre o balanço do primeiro dia, Elaine diz que o Sindicato continua tentando convencer a adesão de mais funcionários. “Vemos como positivo para um primeiro dia de greve, mas estamos tentando que outros colaboradores comecem a partir de amanhã também”, comentou. Em Campo Grande, são 600 trabalhadores nos Correios, enquanto o total no Estado soma 1,3 mil.
O principal motivo da greve envolve a volta das cláusulas suprimidas do acordo coletivo que valeria até 2021. De acordo com a presidente do sindicato, entre as perdas estão 30% de adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, indenização por morte e pagamento adicional noturno.
Em nota, a assessoria dos Correios alega que não pretendem retirar direito dos empregados, mas que propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e outras legislações.