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Cidades

“Presença” de Bolsonaro movimenta Porto Murtinho em baixa temporada

Conforme a agenda, Bolsonaro nem pisará em MS, mas evento do lado paraguaio da fronteira levou "agito" cidade

Anahi Zurutuza e Aline dos Santos, enviada especial a Porto Murtinho | 12/12/2021 15:53
Rafael Narassi Gomes, de 74 anos, dono da Pousada da Marlene espera conseguir ver o presidente. (Foto: Henrique Kawaminami)
Rafael Narassi Gomes, de 74 anos, dono da Pousada da Marlene espera conseguir ver o presidente. (Foto: Henrique Kawaminami)

A presença do staff do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Porto Murtinho para evento marcado para esta segunda-feira (13), garantiu movimento que a cidade a 431 km de Campo Grande não esperava em plena baixa temporada.

Em 2021, esta é a terceira vinda de Bolsonaro a Mato Grosso do Sul ou perto do Estado, onde ele encontra bastante receptividade. Nesta manhã, já no caminho entre Campo Grande até o município do sudoeste de Mato Grosso do Sul, foi possível observar a mudança do cenário. Há algumas placas de apoio ao presidente, em Nioaque, por exemplo, conhecido reduto bolsonarista no Estado.

Outdoor instalado em Porto Murtinho. (Foto: Henrique Kawaminami)
Outdoor instalado em Porto Murtinho. (Foto: Henrique Kawaminami)

Em Murtinho, foram colocadas muitas bandeiras do Brasil. Embora o comércio esteja todo fechado neste domingo e pouca gente circule pelas ruas, pousadas, que nesta época ficam vazias, estão com todos os quartos lotados.

É o caso da Pousada da Marlene, que há 25 anos recebe adeptos do turismo de pesca. Rafael Narassi Gomes, de 74 anos, o proprietário da hospedaria, conta que os 22 apartamentos estão lotados, situação que só acontece em agosto, setembro e outubro. É que em dezembro, por causa da piracema, os turistas preferem outros destinos.

O empresário comemora o faturamento extra, mas feliz mesmo está com a possibilidade de ver Bolsonaro. Fã do presidente, ele instalou bandeira do Brasil na fachada da pousada. “A gente quer vê-lo, mas nem todo mundo vai poder fazer a travessia. A gente espera que o avião desça aqui”.

Tenda instalada em Carmelo Peralta para o evento da Rota Bioceânica. (Foto: Chico Ribeiro/Arquivo)
Tenda instalada em Carmelo Peralta para o evento da Rota Bioceânica. (Foto: Chico Ribeiro/Arquivo)

O presidente não deve por os pés na cidade sul-mato-grossense, uma vez que a agenda de lançamento da pedra fundamental para a construção da ponte entre a cidade paraguaia Carmelo Peralta e Porto Murtinho, projeto que faz parte da Rota Bioceânica, vai acontecer do lado paraguaio da fronteira.

Os hotéis de Porto Murtinho, contudo, hospedam profissionais da imprensa e as equipe do Governo de Mato Grosso do Sul e da Presidência. Marco Aurélio Nunes dos Santos, dono da Pousada do Pescador, recebeu no estabelecimento o pessoal da segurança do presidente. Os 20 quartos estão ocupados desde o dia 9 de dezembro.

Menos entusiasta do presidente, o empresário diz que não poderá acompanhar a movimentação na cidade amanhã, uma vez que estará na Capital, mas em consulta médica.

Edivaldo saiu de casa vestido a caráter neste domingo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Edivaldo saiu de casa vestido a caráter neste domingo. (Foto: Henrique Kawaminami)

Já Edivaldo Bareiro, 43 anos, agente de operações da Sanesul, espera conseguir conciliar o horário do trabalho para pode atravessar o Rio Paraguai até Carmelo Peralta para ver o presidente. Desde hoje, ele se preparava. Com uma camiseta contendo figura de Bolsonaro e boné reforçando o apoio ao presidente, ele diz gostar do jeito direto e franco do político. Acredita que a idolatria também tenha fundo na maneira como criado, por um militar.

Na entrevista, Edivaldo logo defendeu o presidente. “Isso de ‘rachadinha’ dos filhos não chega nem aos pés das denúncias contra os outros presidentes”, disse.

Entrada de Porto Murtinho. (Foto: Henrique Kawaminami)
Entrada de Porto Murtinho. (Foto: Henrique Kawaminami)

A agenda – Bolsonaro se encontra com o presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez, no fim da manhã desta segunda-feira, para dar o start à obra da ponte que é considerada a principal obra da Rota Bioceânica. Os recursos para a obra são da Itaipu Binacional, usina de geração de energia elétrica dos dois países construída em 1982. A nova ponte fará parte da Rota Bioceânica, que vai encurtar a distância entre São Paulo e a China.

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