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Cidades

Presidente do PL é preso em ação contra “milícia” que planejou golpe

Ação é contra grupo que tentou disseminar mentiras afirmando que houve fraude nas eleições presidenciais

Por Dayene Paz | 08/02/2024 10:56
Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, foi preso em operação. (Foto: Poder 360)
Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, foi preso em operação. (Foto: Poder 360)

O presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada contra grupo que tentou disseminar mentiras afirmando que houve fraude nas Eleições Presidenciais de 2022. A ação policial cumpriu ordens judiciais em Mato Grosso do Sul e outros nove estados.

Valdemar era um dos alvos de mandado de busca e apreensão expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas, durante varredura no prédio onde mora, em Brasília (DF), onde também funciona a sede do PL, a PF o prendeu por porte ilegal de arma de fogo.

São, ao todo, cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, 4 de prisão e 48 medidas cautelares nos seguintes estados: Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. A operação conta com o apoio do Exército Brasileiro.

São alvos de mandados de busca e medidas cautelares, confirmados até o momento:

Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República; Valdemar Costa Neto, presidente do PL; Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública; General Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército; Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha; General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército; Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”.

Ainda foram alvos: Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército expulso após punições disciplinares; Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como “mentor intelectual” da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres; Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello; Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres; Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar falso dossiê apontando fraude nas urnas eletrônicas; Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres; e Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército.

Já os mandados de prisão foram expedidos contra:

Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro; Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército; e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.

Segundo a PF, é apurada uma "tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder".

Nesta fase, as apurações apontam que o grupo se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito. O objetivo era viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

"Milícia digital" - O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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