Queda na eficácia de vacinas só foi constatada em idosos e imunossuprimidos
Em agosto, cerca de 80% das mortes por covid foram de pessoas não vacinadas ou que foram há mais de 6 meses
Por que há redução na efetividade de vacinas contra covid-19 após seis meses de aplicação? Para essa resposta, é importante ressaltar em quem essa queda está sendo apresentada com mais ênfase: idosos e pessoas imunossuprimidas.
Esse público, pela idade ou constituição fisiológica decorrente de tratamentos de saúde já é prejudicada no quesito imunidade, naturalmente. Ao serem vacinadas, os imunobiológicos acabam não apresentando também a efetividade que deveriam, tornando-se menos eficientes ao longo do tempo.
Segundo a infectologista Mariana Croda, do COE (Centro de Operações de Emergência) da SES (Secretaria de Estado de Saúde), por enquanto, a queda de eficácia foi identificada apenas nesses dois públicos que, naturalmente, já têm “resposta imune prejudicada”.
Segundo ela, as quedas na defesa contra a covid-19 após a imunização completa começam a aparecer após o quinto mês da última aplicação, aumentando no mês seguinte. “Já temos dados suficientes de que mais uma dose de reforço aumenta muito essa resposta imune”, ressaltou a infectologista.
Ontem, o Campo Grande News mostrou que 80% das atuais mortes por covid ocorridas em agosto são de pessoas não vacinadas ou que foram há mais de seis meses.
Recomendação publicada hoje pelo COE ressalta que “dados preliminares de ensaios clínicos com a vacina CoronaVac, houve a demonstração da amplificação da resposta imune após a terceira dose, elevando a patamares superiores ao observado quando da aplicação da segunda dose, tanto em adultos de 18 a 59 anos quanto acima de 60 anos”.
Dessa forma, a recomendação, usando dados de julho, citou que dos 678 pacientes que vieram a óbito, 56% eram maiores de 18 que receberam uma dose ou não foram imunizadas e 26% eram idosos com esquema vacinal completo. Salta aos olhos que “dos que morreram com esquema vacinal completo, 92% eram idosos”, diz o documento.
Por fim, a recomendação enfatiza a necessidade da terceira dose, além da busca ativa dos faltosos, ou seja, de quem não se vacinou e ainda garantir boa cobertura de esquema vacinal completo e revacinar os idosos, os imunossuprimidos e os profissionais de saúde, que, pela atuação, estão submetidos a cargas virais mais elevadas.
Segundo Croda, a princípio, não existe previsão ou plano para uma terceira dose na população em geral e fora dos públicos já citados.