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Cidades

Secretaria diz que não faltam remédios e casos são pontuais na rede pública

Entidades alertam para falta de medicamentos em todo o Brasil, por conta de aumento no preço internacional

Guilherme Correia e Karine Alencar | 13/07/2022 07:37
Farmácia de unidade de saúde no Bairro Tiradentes, em foto tirada no mês de março deste ano. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Farmácia de unidade de saúde no Bairro Tiradentes, em foto tirada no mês de março deste ano. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a Capital possui cerca de 90% do estoque de medicamentos da rede municipal de saúde abastecido. Ontem (13), o Campo Grande News questionou a pasta a respeito de possível déficit, por conta de efeitos internacionais sobre o preço de insumos farmacêuticos.

O município admite, ainda assim, que há "faltas pontuais", provocadas por indisponibilidade do produto, estagnação no processo de compra por conta de pedidos de realinhamento de preço, além do não cumprimento do prazo de entrega por parte do fornecedor, que motiva "frequentes ações" ajuizadas contra estas empresas, segundo a Sesau.

O objetivo, nestes casos, é "garantir o abastecimento do medicamento e evitar que haja uma descontinuidade no tratamento e assistência da população".

Desabastecimento - Em reportagem publicada pelo jornal O Globo, tanto o Ministério da Saúde quanto a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) admitem a possibilidade de um desabastecimento de remédios no mercado, impactando nas redes pública e privada.

Pesquisa da CN-Saúde (Confederação Nacional da Saúde) revela que, no País, há falta de soro, dipirona injetável, remédios para tratamento e arritmias cardíacas, contrastes usados em exames radiológicos, medicamentos para asma, bronquites e enfisema e ainda antibióticos em unidades de saúde.

Ontem, o presidente do CRF (Conselho Regional de Farmácia) de Mato Grosso do Sul, Flávio Shinzato, alertou para a falta de remédios no Estado, cobrando intervenções do poder público para a resolução do problema.

O conselho está atento a esses detalhes e já alertou os órgãos públicos há tempos de que tem de haver políticas de emergência de enfrentamento dessa situação, que depende exclusivamente dos nossos governantes", disse Shinzato.

Segundo ele, a crise que começou ainda na pandemia está se agravando cada vez mais devido à alta demanda nos casos de síndromes respiratórias, ao inverno, a falta de matéria-prima, à guerra na Ucrânia e ao retorno das cirurgias eletivas que estavam anteriormente suspensas no SUS (Sistema Único de Saúde).

"Isso é uma defasagem logística, onde o País não atua na produção de seus medicamentos, tudo isso é prolongado e vai aumentando os preços e dificultando inclusive, o sistema público de adquirir esses produtos. Os particulares também estão passando por isso, mas o público sofre bem mais."

Conforme apurado pelo Campo Grande News, até o momento, gerentes de postos de saúde não relatam faltas totais de remédios na rede pública. Contudo, empresários do ramo farmacêutico relatam sentir falta de remédios básicos como dipirona ou novalgina infantil, por exemplo, muito em função do período de inverno.

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