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Cidades

Soltura de Wolbachia termina, mas resultado só será avaliado em 2 anos

Foram liberados 102 milhões de mosquitos e bactéria já é encontrada em 60% de material coletado

Por Fernanda Palheta e Geniffer Valeriano | 03/07/2024 12:41
Pesquisadores e autoridades da saúde durante o evento de encerramento do método Wolbachia (Foto: Alex Machado)
Pesquisadores e autoridades da saúde durante o evento de encerramento do método Wolbachia (Foto: Alex Machado)

A liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia foi encerrada em Campo Grande. Após três anos da implementação do método de combate à dengue foram liberados 102 milhões de mosquitos modificados.

Em uma análise preliminar, pesquisadores revelaram na manhã desta quarta-feira (3) que entre 60% e 70% dos ovos ou insetos retirados do meio ambiente foram constatados a presenta da bactéria. Apesar o número satisfatório, o resultado da só será avaliado daqui dois anos.

A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Veruska Lahdo, avalia o dado parcial como satisfatório, mas ressalta que é cedo para mesurar o resultado real e compara com a cidade pioneira no uso do Wolbachia, Niterói.

“Encerramos a última soltura em dezembro de 2023. Em Niteroí, a gente tem um desenho mais concreto com resultado de redução de 70% a 80% nos casos de dengue. Naquela região esses resultados foram obtidos após dois anos de soltura”, exemplifica.

O pesquisador e líder do WNP (World Mosquito Program), Luciano Moreira, relata que a implementação começou 2019. "Em algumas áreas demorou mais tempo para os mosquitos se estabelecerem, mas de uma forma geral, a gente está bastante contentes com o resultado final, e a gente espera que nos próximos anos a gente possa colher esse fruto". O monitoramento continuará de seis em seis meses.

Para o secretário adjunto da secretaria da vigilância em saúde e meio ambiente do Ministério da Saúde, Rivaldo Venâncio da Cunha, nos primeiros seis meses de 2024 é possível notar redução do número casos de dengue na Capital.

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretária de Estado de Saúde), Campo Grande aparece em 76º lugar na lista de incidência dos 79 municípios sul-mato-grossense, com 639 casos prováveis.

Venâncio ainda aponta que os mosquitos modificados podem mudar os hábitos de combate a dengue que são prejudiciais ao meio ambiente. “A população gosta bastante de métodos de inseticidas, como fumacê, o problema desses métodos é que mata outros animais como abelhas, passarinhos, lagartos e pode desencadear alergias respiratórias. O método vai permitir a redução da quantidade de inseticida que estamos jogando no meio ambiente”, detalha.

Segundo ele, está sendo avaliada a ampliação da soltura de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia para outros municípios de Mato Grosso do Sul. Em agosto o Ministério da Saúde vai lançar um plano nacional de enfrentamento a dengue.

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