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Capital

“Hoje se inicia uma nova história”, diz mulher de espancado até a morte

Viviane Oliveira e Marcus Moura | 27/04/2017 08:59
Visivelmente mais gordo, Rafael sentado no banco do réus aguarda júri (Foto: André Bittar)
Visivelmente mais gordo, Rafael sentado no banco do réus aguarda júri (Foto: André Bittar)
Juliana Araújo veio de Batatais (SP) para acompanhar o júri (Foto: André Bittar)
Juliana Araújo veio de Batatais (SP) para acompanhar o júri (Foto: André Bittar)

“Hoje se inicia um novo capítulo na minha vida”. A frase é da técnica de enfermagem Juliana Araújo, 40 anos, viúva do hóspede Paulo Cézar de Oliveira, 49 anos, que há 2 anos foi espancado até a morte pelo lutador de Jiu-jitsu, Rafael Martinelli Queiroz, 29 anos, no Hotel Vale Verde, em Campo Grande. O crime aconteceu na noite do dia 18 de abril de 2015.

Juliana mora em Batatais, no interior de São Paulo, e veio a Campo Grande assistir ao julgamento do lutador, que começou por volta das 8h desta quinta-feira (27), no Tribunal do Júri. “Paulo estava aqui a trabalho e foi morto na véspera do aniversário”, lamentou.

Segundo a viúva, os filhos de 20 e 24 anos não vieram porque eles não têm condições emocionais. “Hoje começa um novo capítulo. Até agora não conseguimos viver em paz. Foi uma perda muito grande. Era um excelente pai e marido. Ele (o lutador) tirou dos meus filhos a presença física e emocional de um pai de família. Que a Justiça seja feita”, disse.

O júri é composto por sete pessoas, sendo cinco mulheres e dois homens. No banco dos réus, o lutador que está visivelmente mais gordo, só participou do início do júri. Ele não acompanha os depoimentos. Rafael tem quase dois metros de altura e na época pesava 140 quilos. Já a vítima pesava cerca de 70 quilos e tinha 1,68 metro de altura. Muito abalada, a família de Rafael acompanha o júri. A casa está lotada, principalmente de acadêmicos de Direito. O réu aguardou o julgamento preso em cela especial do Instituto Penal.

A tese da defesa é de que Rafael teve um surto, pois já não estava bem psicologicamente dias antes de cometer o homicídio e que tem problemas psiquiátricos. “A defesa apresentou a tese de que o réu é inimputável - não pode ser responsabilizado pelo crime. Já acusação diz que não. Se passar a tese da defesa, ele será internado e a pena pode ser reduzida de um a dois terços”, explicou o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, antes do julgamento começar.

Cadeira que foi quebrada na cabeça do engenheiro (Foto: André Bittar)
Cadeira que foi quebrada na cabeça do engenheiro (Foto: André Bittar)

Crime - O lutador é de Valparaíso (SP) e veio a Campo Grande para participar de um evento de lutas realizado no Círculo Militar. Porém, não competiu na noite de sábado (18 de abril), como era previsto, e foi para o hotel, na avenida Afonso Pena, por volta das 22h.

Rafael foi até o quarto 221, onde estava hospedado com a namorada de 24 anos quando teve início uma discussão envolvendo traição. Ele bateu na mulher que, amedrontada, fugiu pelos corredores e pediu socorro na recepção. Ela estava gestante.

Ao sair enfurecido do quarto, Rafael destruiu tudo o que encontrou pela frente, até se deparar com o engenheiro Paulo Cézar que havia acabado de abrir a porta de seu apartamento, o 216, para ver o que estava acontecendo. A vítima, que era de Batatais (SP), foi morta espancada e a cadeiradas.

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