“Quadrilha do Vectra” é suspeita de 30 furtos entre novembro e dezembro
Grupo suspeito de furtos a residências em diferentes regiões da Capital “caiu” após filmagens identificarem veículo usado nas ações; Polícia Civil indiciou três pessoas
Filmagens de câmeras de segurança levaram a Polícia Civil a desmontar a “Quadrilha do Vectra”, responsável por, pelo menos, 30 furtos entre os meses de novembro e dezembro de 2017 em Campo Grande. Três homens foram indiciados por participação nas invasões de imóveis e um quarto é acusado por receptação de itens furtados. Além deles, dois adolescentes teriam envolvimento com o grupo.
O nome do bando faz menção ao automóvel Chevrolet Vectra (prata, com rodas de ferro e vários adesivos, de placas DQP-4458, de Anaurilândia) usado no transporte dos envolvidos e dos produtos furtados. O veículo foi flagrado por monitoramento eletrônico e avistado próximo aos locais dos crimes.
Após investigações sobre o veículo, policiais da 4ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande chegaram a um adolescente de 16 anos que, em um incidente, foi atingido por um tiro nas costas. Levado para prestar esclarecimentos, ele denunciou os outros membros da quadrilha.
Foram identificados Pedro Hiago Góes Paniago, 18, suspeito de pelo menos outros quatro furtos a residência e que já estava preso por um crime do gênero cometido em 21 de dezembro; e dois rapazes de 21 anos, um deles identificado pelas iniciais W.F.A.M.M. e conhecido pela alcunha de “Nando” e um segundo, apresentado como V.P.F. Além deles, um homem de 23 anos, de nome com as iniciais L.B.F. e apelidado de “Gordinho” ou “Gordão”, foi apontado como receptador –prática que este nega.
Todos os suspeitos foram ouvidos, indiciados pelos crimes e liberados, já que não havia mandado de prisão ou situação de flagrante em nenhum dos casos. O único dos envolvidos que permaneceu preso foi Pedro Hiago, que já cumpria pena no Presídio de Trânsito de Campo Grande por furto a uma residência do Bairro Carandá Bosque.
“Entrega” – A “Quadrilha do Vectra” era investigada por participação em pelo menos três furtos na região dos bairros Vilas Boas e Jardim TV Morena. No entanto, as autoridades acreditam que eles tenham cometido vários furtos em diferentes regiões da cidade. Além disso, avaliam que eles tinham conhecimento sobre rotinas e funcionamento de sistemas de vigilância.
“Nando”, que vive no Vilas Boas, seria responsável por observar e escolher as casas que seriam “visitadas” pelo bando. Os critérios de escolha envolviam imóveis que não indicavam movimento de pessoas ou que possuíssem cães. Após definir o alvo, ele buscava os adolescentes nas suas residências e os levava aos locais do crime.
Titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil, a delegada Célia Maria explica que o Vectra ficava parado a uma ou duas quadras das casas invadidas. Depois, entre dois ou três pessoas arrombavam o portão social –cientes sobre o funcionamento de conexões com sistemas de alarme– e, rapidamente, arrombavam a porta da frente.
Das residências, em geral, eram levados aparelhos eletrônicos. Enquanto os invasores agiam, “Nando” daria voltas nas quadras com o Vectra, parando em frente os imóveis furtados para que os itens fossem carregados no veículo. O motorista levava os adolescentes de volta para casa e procurava o receptador, a quem vendia os produtos e, por fim, ia até os comparsas para repartir os lucros do crime.
A Polícia Civil acredita que, por furto, cada integrante do grupo levava pelo menos R$ 500. Porém, em depoimento, Pedro Hiago admitiu já ter ganho R$ 1,3 mil em um único crime. Acusado de ser o receptador, “Gordão” negou envolvimento com o caso. Em sua residência, não foram encontrados itens furtados pelo grupo. A polícia acredita que os itens podem ter sido trocados por drogas –já que o suspeito confessou ser dependente químico.
O grupo, conforme a delegada, seria responsável por até 30 furtos em Campo Grande de novembro a dezembro do ano passado. Por isso, a Polícia Civil pede que vítimas que tiveram suas casas furtadas no período e percebeu a presença do Vectra na região que entre em contato com a 4ª Delegacia de Polícia Civil, a fim de verificar a autoria.
(Matéria editada no dia 7 de janeiro para correção de informações)