À noite, 30 pessoas que estavam nas ruas recusaram abrigo
SAS diz que as pessoas encontradas na rua eram também dependentes químicos e recusaram abrigo pelo vício nas drogas
Na noite mais fria do ano até agora em Campo Grande, na sexta-feira (21), a assistência social do município, ligada à SAS (Secretaria de Assistência Social), reforçou equipes na rua e os dados enviados ao Campo Grande News informam que 32 foram abordadas por equipes. Durante a noite, ainda assim, apenas 2 deles quiserem encaminhamento aos abrigos públicos.
Protegidos do frio, com alimento e equipes, os abrigos vão desde escolas municipais que foram improvisadas para ampliar o atendimento durante a pandemia, até o Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua), para onde são encaminhados também as pessoas que chegam à Capital sem terem local para ficar.
Segundo informou a SAS por meio da assessoria de imprensa, já durante a tarde de sexta-feira (21), 16 pessoas em situação de rua foram abordadas. Entre esse número, 10 pessoas foram acolhidos e 6 recusaram acolhimento. As equipes distribuíram 7 cobertores.
À noite, ainda assim, 30 recusaram o abrigo entre os 32 abordados. A SAS distribuiu 23 cobertores para quem ia ficar na rua. A secretaria relaciona essas recusas com a dependência química dos abordados.
O que a SAS identifica, conforme a assessoria de imprensa, é que essas pessoas não quiseram os abrigos por apresentarem vício muito forte às substâncias.
Considerada a mais forte entre as drogas que "circulam" pelas ruas cidade, está a pasta base, já comum em Campo Grande entre as pessoas em situação de rua. Os abrigos deixam essa pessoas privadas da droga e, por isso, elas recusam o acolhimento, diz a SAS.
Frio - Campo Grande amanheceu, neste sábado (22), com os termômetros marcando 6ºC, mas a sensação térmica foi de 4ºC. Conforme o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), as áreas de instabilidades reduzem a partir deste sábado (22) com intensificação da massa de ar polar em Mato Grosso do Sul.
Como ajudar – Quem atende esse tipo de auxílio na SAS é o SEAS (Serviço Especializado em Abordagem Social). Os abrigos são a estratégia que a Secretaria tem para pessoas em situação de rua. Nesses espaços, além de cama e alimentação, possibilidade de higiene pessoal também é oferecida.
A SAS adota política pública “contra a esmola”. A secretaria alega que oferecer dinheiro, comida ou cobertas “não ajuda quem está na rua”.
“A esmola, mesmo sem esta intenção, acaba contribuindo para mantê-las nas ruas, expostas a todos os tipos de violência e até à dependência química. Na realidade essas pessoas precisam reconstruir o seu projeto de vida”, diz a SAS.