ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, DOMINGO  29    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Abarrotadas, promotorias que apuram desvios de dinheiro têm mutirão

Nas três promotorias do patrimônio, são investigadas denúncias sobre improbidade

Aline dos Santos | 05/07/2017 08:52
Em obras, MPE fez mudança em promotorias neste ano. (Foto: Marcos Ermínio)
Em obras, MPE fez mudança em promotorias neste ano. (Foto: Marcos Ermínio)

As promotorias de Campo Grande que investigam atos desonestos contra o patrimônio público estão com o dobro da média de procedimentos e com a “corda no pescoço”. O alerta foi feito pelo procurador Mauri Ricciotti na última quinta-feira (dia 29) durante a reunião do Colégio dos Procuradores do MPE (Ministério Público do Estado).

Segundo ele, a média, quando atuava como corregedor da instituição, era de 150 procedimentos. Agora, chega a 300 em cada uma das três promotorias: 29ª, 30ª e 31ª.

“Cresceu exponencialmente nesse período. A investigação é complexa e as promotorias pedem socorro. Os colegas estão com a corda no pescoço”, afirma Ricciotti. Ainda na reunião, o rocurador-geral de Justiça, Paulo Cezar dos Passos, informou que é um realizado mutirão para auxiliar as promotorias do Patrimônio.

Nessas promotorias, são apuradas denúncias sobre o mal uso do dinheiro público, seja em qual área for. Ou seja, há promotores específicos para áreas como saúde e educação, mas se há suspeita de improbidade, essa parte da apuração vai para o Patrimônio.

O projeto piloto para auxiliar as promotorias começou pela 29ª, que é comandada pelo promotor Adriano Lobo Viana de Resende, que atuou nessa área por 13 anos em cidades do interior. Ele assumiu no mês de maio e, agora, tenta equacionar a “herança”.

“Nesse grupo de apoio, foram designados cinco promotores de Justiça e cada um pegou dez procedimentos para análise. Dos 300, o grupo vai auxiliar a promotoria em 50 procedimentos”, afirma Adriano. O prazo para análise é de 90 dias.

Somente ontem, o promotor abriu oito procedimentos preparatórios, que apuram de licitação no governo à se os órgãos executivos de trânsito publicam anualmente na internet dados sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas por infração ao CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

“Nós, os três promotores 'novos' do patrimônio estamos conversando com o Colégio de Procuradores para aprimorar os procedimentos a serem instaurados. No sentido que colegas de outras áreas, antes de encaminhar fatos, faça uma análise mais profunda para ver se há elementos que indiquem eventual improbidade e encaminhe para nós. Realmente, são promotorias que demandam muito trabalho. São assuntos relacionados à saúde, licitação, obras, educação, servidores públicos”, afirma Adriano Lobo. Em resumo, atos desonestos contra o patrimônio público.

Puxão de orelha – Relatório do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), divulgado em fevereiro deste ano, repreendeu a três promotorias que respondem pelo patrimônio público e social.

Os principais problemas eram opostos: excesso de procedimentos e falta de critérios. Um alerta do conselho é para que os promotores atuassem com protagonismo, não se limitando a “aguardar as providências de outros órgãos”. A mudança veio no mesmo mês, com a troca dos titulares das promotorias.

Nos siga no Google Notícias