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Capital

Acusada de matar Karolzinha não comparece a julgamento

O Tribunal do Júri, presidido pelo juiz Carlos Alberto Garcete, acontece sem a ré

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 30/05/2023 09:06
Márcia, mãe de Karolzinha, antes de começar o júri nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)
Márcia, mãe de Karolzinha, antes de começar o júri nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)

Mesmo sem estar presente, Nayara Francine Nóbrega, acusada de matar com quatro tiros Carolina Leandro Souto, de 23 anos, conhecida como Karolzinha, será julgada nesta terça-feira (30), na 1ª Vara do Tribunal do Júri, presidido pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida. O crime aconteceu no dia 31 de agosto de 2020, por volta das 10h, na Rua Independente, no Jardim Aero Rancho, em Campo Grande.

O defensor público Ronald Calixto Nunes, que faz a defesa de Nayara, explicou que a ré foi intimada por edital. “Ela não foi encontrada [pelo oficial de Justiça] e foi intimada por edital. O julgamento pode acontecer sem a ré. Vamos aguardar a decisão do juiz”, disse.

Conforme a dona de casa Márcia de Souza Leandro, de 44 anos, mãe de Karolzinha, que recentemente perdeu outro filho assassinado, espera por Justiça, está vivendo à base de calmantes e perdeu o emprego. Ela foi ao julgamento acompanhada pela sobrinha e pela amiga.

Defensor público Ronald (de óculos em pé) conversando com o juiz, Carlos Alberto Garcete, que está sentado anotando alguma coisa (Foto: Marcos Maluf)
Defensor público Ronald (de óculos em pé) conversando com o juiz, Carlos Alberto Garcete, que está sentado anotando alguma coisa (Foto: Marcos Maluf)

“É meio complicado a gente ter que reviver tudo isso de novo. Hoje, espero que Deus me ajude, que seja feito Justiça. Porque toda vez que eu vou ver minha filha no cemitério tenho que me contentar com uma placa e uma foto. Minha vida está sendo muito complicada”, lamentou.

Márcia disse que além de ter que lidar com a saudade da filha, sofre ao ver os netos de 4 e 5 anos perguntarem quase diariamente da mãe. “É duro você ter que explicar para uma criança que a mãe deles não vai voltar mais. Eu falo que ela está morando com o papai do céu, mas eles perguntam se o papai do céu não deixa a mãe ir visitar eles”, contou.

Nayara no dia em que se apresentou à polícia, prestou depoimento e foi liberada (Foto: Henrique Kawaminami / arquivo)
Nayara no dia em que se apresentou à polícia, prestou depoimento e foi liberada (Foto: Henrique Kawaminami / arquivo)

Durante o julgamento, a promotora de vendas Vitória da Silva Martins, testemunha de defesa, afirmou ao juiz que Nayara era ameaçada por Karolzinha. Antes de brigarem, as duas eram amigas, mas se desentenderam por causa de roupa. Um dia antes de o crime acontecer, no domingo, houve outra confusão envolvendo Karolzinha e Nayara numa festa.

“Jogaram uma lata de cerveja em direção a Nayara. A lata de cerveja não acertou, mas passou bem perto. Quando olhamos vinha da direção de um grupo, onde estava Carol”. Karolzinha foi morta no dia seguinte, quando estava sentada com as amigas em frente a casa onde vivia, próximo a um campo de futebol.

Ela chegou a ser socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para a UBS (Unidade Básica de Saúde) da região, mas não resistiu. Nayara se apresentou à polícia três dias depois, entregou a arma utilizada no crime e nunca foi presa.

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