Campanha pede justiça e doações a transexual estuprada por 2 homens
Pessoas manifestaram indignação após mulher trans ser sequestrada, estuprada e agredida
Além de repudiar ataque sofrido por mulher transexual, sequestrada, estuprada e agredida por dois homens, em Campo Grande, campanha por meio das redes sociais pede justiça e busca arrecadar doações para ajudar a vítima. Internada em hospital da Capital, ela precisou passar por cirurgia após ferimentos provocados pelo ataque.
“Precisa de ajuda para se reerguer depois de tamanha crueldade, segue sob cuidados médicos, toda ajuda na sua luta será bem vinda”, afirma mensagem publicada em site criado para vaquinha virtual.
Por meio das redes sociais, diversas pessoas, entre elas, amigos e até representantes de entidades, manifestaram indignação ao crime sofrido pela vítima, muito conhecida na cidade, mas que não será identificada, nesta reportagem, por se tratar de vítima de estupro.
“No mês do Orgulho LGBTQIA+, uma mulher trans de nossa Campo Grande foi brutalmente agredida, torturada e abusada, com requintes de crueldade por dois monstros, e se encontra internada! Até quando nossa comunidade vai sofrer ataques absurdos, por motivos infundados e torpes? Até quando esses agressores ficarão soltos e impunes?”, afirma uma das publicações.
Em sua página oficial, a Lianca CG (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande), repudiaram a “atrocidade cometida” contra a vítima.
“O Ato de violência, de preconceito, o crime homofóbico ocasionados, revelam a emergência da intolerância”, ressaltou a Lianca, em publicação no Facebook.
Quatro crimes – A Polícia Civil de Campo Grande investiga e procura por suspeitos do ataque a mulher transexual. Conforme a delegada Sueli Araújo, da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento À Mulher), os criminosos vão responder por sequestro qualificado, estupro coletivo, injúria racial e lesão corporal dolosa grave.
O crime aconteceu por volta das 11h, do dia 18 de junho, quando a vítima foi sequestrada por dois homens em um carro vermelho, no bairro Vila Sobrinho. Encapuzada, eles levaram ela até uma residência, onde foram praticados os crimes e depois abandonaram ela próximo ao Cemitério Santo Amaro.
Apesar disso, o caso só veio à tona ontem (26) após a vítima contar para amigos próximos que estava com o lado do corpo totalmente paralisado. A situação era sequela da sessão de estupro realizada por dois homens e um cachorro.
Inicialmente, uma das linhas de investigação é que se trata de crime de LGBTIfobia, o termo utilizado que compreende as violências cometidas contra a população LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero), crimes de ódio, praticados contra essa população, motivados pela sua orientação sexual ou identidade de gênero.