Capital manterá acesso livre a órgãos, mas eventos da prefeitura cobrarão vacina
Decreto ainda está sendo elaborado, mas exigência seria apenas solenidades públicas
A prefeitura de Campo Grande estuda decreto sobre o chamado “passaporte vacinal”, que é a comprovação de imunização contra a covid-19 para adentrar em locais de grande circulação. Diferente de outras cidades, a exigência deve ser apenas em eventos públicos.
“Não vamos pedir na entrada de órgãos públicos, pois não podemos limitar o direito do cidadão. Seria apenas em relação a eventos do município, e ficaria a critério dos organizadores exigir em eventos privados”, explicou o procurador-geral do município, Alexandre Ávalo.
Até então, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) descartava adotar a medida. Questionado sobre projetos que tramitam na Câmara, ele avisou que não ia sancionar. “Essa é uma questão de âmbito nacional. Não cabe ao município ou ao Estado determinarem. Ou serve para o país todo, ou não serve”, declarou em agosto.
Já na semana passada, durante reunião com empresários, Marquinhos disse que a exigência em eventos privados não seria questionada pelo Poder Público. “Cobrar ou não cartão de vacina para eventos ficará a critério de vocês”, disse o prefeito, se dirigindo aos empresários sentados ao seu lado no gabinete. “O que eu tenho ouvido de muitas pessoas, é que vão preferir ir em locais que peçam o cartão”, completou Marquinhos, fazendo sugestão para o setor.
Estado - Por sua vez, o Governo do Estado chegou a descartar também a medida, mas o secretário de estado de Saúde, Geraldo Resende, já pediu ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para reconsiderar a decisão. Sou favorável, acho que o coletivo tem que ser preponderado sobre o individual”, disse o secretário.
Reinaldo declarou que o Estado deve focar primeiro em imunizar quem ainda não procurou pela vacina. “Vamos discutir com os municípios e não tomaremos nenhuma decisão isolada para gente buscar essas pessoas que não tomaram nenhuma dose. Estamos muito bem. Agora, cabe a todos nós buscar aqueles que não vacinaram”, justificou.
O presidente do comitê gestor do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança da Economia) e secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel, avaliou que a medida é positiva para o setor de eventos, mas o grupo ainda discute a medida.
“O mercado está se adaptando a isso. Muitos eventos que já estão programados vão pedir o ‘passaporte’ ou comprovação de vacina. É uma medida saudável do ponto de vista do negócio”, explicou.