Chuva amplia cratera no bairro Nova Lima e moradores temem perder casa
A chuva que começou a cair ontem à noite e avançou até a madrugada em Campo Grande fez aumentar os problemas provocados por uma cratera aberta desdes os temporais de fevereiro e março na rua Marques de Herval, no bairro Nova Lima, em Campo Grande. O buraco já alcança metade da pista e chegou a derrubar um poste de energia ontem, deixando parte da comunidade sem
abastecimento.
Na mesma proporção que a cratera cresce, aumenta o medo dos vizinhos ao local de ter suas casas engolidas. As moradias não foram interditada nem as obras de recuperação começaram.
Segundo os moradores, houve apenas interdição, pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), e mesmo isso não vem sendo respeitado, pois motoristas, motocicletas e pedestres simplesmente tiram os obstáculos para passar na via, conhecida como “corredor do Nova Lima”.
Perto do perigo-Moradora da casa mais próxima ao buraco, a dona de casa Elza Benitez Gimenez conta que a cada chuva, “desbarranca mais um pedaço”.
Ela reclama da falta de providências e diz que teme perder a casa própria conquistada há 20 anos, quando conseguiu deixar o aluguel.
“É porque não é a casa deles”, acredita. A residência de Elza fica de fundos para a cratera na Marques de Herval.
Entre os vizinhos, o clima é de preocupação mesmo para quem não tem o imóvel sob risco. “A situação está bravíssima”, define o pedreiro Sebastiao Alves Gondim Sobrinho, de 49 anos.
Para ele, é grande a possibilidade de a cratera atingir as casas, nas próximas chuvas.
O pedreiro critica a falta de medidas do Poder Público para resolver a situação, mas também condena a atitude de moradores e de pessoas que trafegam pela região, que, segundo relata, insistem em passar pelo local interditado.
“Estamos pedindo socorro, porque a coisa tá ficando muito feia”, afirma outro morador do bairro, o técnico em refrigeração João Baptista, de 53 anos.
Ele teme, além do risco para os imóveis próximos ao buraco, que o tráfego de pessoas, entre elas crianças, pela região, possa provocar algum acidente grave.
“No meu ponto de vista, pelo menos tem que colocar terra e fazer uma barreira para não passar de jeito nenhum”, afirma. “As pessoas pagam seus impostos, lutam pelas suas coias, e depois fica desse jeito”, observa.
Quanto a cratera foi aberta, a prefeitura de Campo Grande anunciou que ali seria um dos pontos prioritários para a recuperação dos estragos da chuva, e que para isso realizas as obras depende de recursos federais.