CMO afirma que soldado encontrado morto era apto a portar arma de grosso calibre
Família de Alejandro Gomes da Silva diz acreditar que o rapaz não tinha preparo para usar o fuzil 762
O CMO (Comando Militar do Oeste) afirma que novos soldados passam por preparação até se tornarem aptos a portar armas de grosso calibre. Durante o velório de Alejandro Gomes da Silva, de 19 anos, a família do jovem disse acreditar que ele não tinha preparo para portar o fuzil 762, que causou sua morte.
Conforme nota enviada para o Campo Grande News, quando incorporado um novo soldado ao Exército Brasileiro, o jovem é submetido à formação básica progressiva constituída. Entre as atividades estão: instruções sobre armamento, munição, tiro e serviço ao aquartelamento.
Foi afirmado que a preparação ocorre até que o soldado se torne apto a executar tarefas individuais e coletivas. A duração desse processo não foi especificada para a reportagem.
Ainda foi informado que os militares passam por testes após a conclusão de instruções sobre manuseio e realização de tiro com o armamento e antes de serem habilitados para serem sentinelas ao aquartelamento. Foi explicado que os sentinelas assumem o serviço de escala, que é composto por militares mais antigos hierarquicamente, incluindo oficiais.
“O soldado foi encontrado pelo pessoal de serviço, durante a ronda de fiscalização, já sem sinais vitais, por volta das 01h50. A perícia militar foi acionada e realizou todos os procedimentos cabíveis no local. Um inquérito policial militar foi aberto com a finalidade de apurar as circunstâncias do ocorrido”, encerrou a nota.
Velório - Durante o sepultamento de Alejandro, a família informou para a reportagem que o jovem estava havia um mês no Exército. O tio, Émerson Oscar da Silva, de 47 anos, acredita que o sobrinho morreu devido a um tiro acidental por não saber manusear o equipamento. A família questiona o Exército a respeito do treinamento que dá aval ao porte e manuseio da arma e quer investigação oficial sobre o motivo da morte. Ele descarta o suicídio.
"Como que o Exército entrega meu sobrinho em um caixão e determina a causa da morte dele sem investigar?”, perguntou.
O tio, que também serviu ao Exército, alega que passou por um longo processo antes de pegar em uma arma e que o sobrinho não estava preparado. “Um guri novo, despreparado pra mexer com armamento desse. Fui militar por anos e sabemos que não é dessa forma. Entregaram a arma na mão do menino que não sabia nem o que estava usando”.
De acordo com Émerson, estar no Exército era um sonho do sobrinho que deixou de trabalhar em uma madeireira para se dedicar à futura profissão. Ele acredita que Alejandro, por curiosidade, teria mexido na arma e disparado acidentalmente.
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