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Capital

Com 66 acidentes em avenida, motoristas dizem que ninguém respeita sinalização

O limite de velocidade para a via é de 50 km/h, mas os condutores não respeitam o limite de velocidade

Por Viviane Oliveira e Antonio Bispo | 20/04/2024 09:17
Ciclista andando na contramão na faixa destinada a ônibus (Foto: Henrique Kawaminami) 
Ciclista andando na contramão na faixa destinada a ônibus (Foto: Henrique Kawaminami)

De janeiro até agora, foram registrados 66 acidentes de trânsito, 1 caso a cada 2 dias, ao longo da Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande, conforme dados do BPMTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito). A sinalização não inibe os condutores mais apressados, que teimam em desrespeitar as regras em nome da pressa e da imprudência.

Na sexta-feira (19), por exemplo, um carro colidiu na traseira do outro. Não houve feridos, apenas danos materiais. Este ano, a reportagem do Campo Grande News registrou outros acidentes, um deles com morte na avenida.

A Duque de Caxias tem cerca de 4 quilômetros de extensão, fluxo intenso, dá acesso aos quartéis, ao Aeroporto Internacional da Capital e a vários bairros, onde moram mais de 100 mil habitantes, na saída para Aquidauana, região do Imbirussu.

O serralheiro Edson Francisco da Silva, de 54 anos, disse que a avenida, apesar de ser bem sinalizada e ter um radar, é muito insegura. “Aqui tem placa de 50 km/h mas você vê as pessoas a 100. Ninguém respeita nada. Sempre tem acidente envolvendo motocicleta, passo nessa avenida todo dia”, reclamou.

Segundo ele, além de não respeitar a sinalização, os motoristas trafegam na faixa que é exclusiva para ônibus. Tenho carteira há 15 anos, mas nunca sofri acidente”.

Avenida dá acesso a vários bairro e ao Aeroporto Internacional de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami) 
Avenida dá acesso a vários bairro e ao Aeroporto Internacional de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Conforme o motorista de aplicativo Luiz Paulo Vilhena, de 46 anos, o asfalto é bom, mas os motoristas correm demais. Ele também afirma que os condutores não respeitam as placas de trânsito na via. “De dia aqui já é perigoso, de madrugada é muito pior, porque vira pista de corrida”, afirmou.

Na manhã de sexta-feira, além do acidente flagrado pela equipe de reportagem envolvendo dois carros, havia um ciclista trafegando na contramão na faixa destinada a ônibus. No começo do mês, um andarilho foi atropelado na avenida por carro, no sentindo aeroporto. Em fevereiro, motorista de um Volkswagen Gol perdeu o controle da direção, arrancou semáforo e o carro capotou, na Vila Serradinho.

Carro envolvido em colisão na avenida, desta vez, sem feridos (Foto: Henrique Kawaminami)
Carro envolvido em colisão na avenida, desta vez, sem feridos (Foto: Henrique Kawaminami)

Em janeiro, adolescente de 16 anos morreu após a motocicleta que ocupava colidir contra grade de proteção de bomba de um posto de combustíveis, na Avenida Duque de Caxias com a Rua Itatiaia, no Jardim Vera Cruz, região do Bairro Santo Antônio.

A reportagem entrou em contato com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) para saber se há algum planejamento para diminuir os acidentes na via. Por meio de nota, o órgão informou que o setor de educação para o trânsito realiza abordagens educativas nas escolas com acesso a avenida, e está disponível para qualquer empresa ao longo da via, escolas, associações, entidades, condomínios e grupos de moradores que desejam obter informações e assistir às palestras sobre o tema.

Conforme a Agetran, essas ações de educação para o trânsito promovem também a conscientização, ajudam a sensibilizar os motoristas, pedestres e ciclistas sobre os riscos e consequências dos comportamentos inadequados no trânsito, como excesso de velocidade, desrespeito às sinalizações, uso do celular ao dirigir, entre outros.

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