Com capacidade para 8 mil exames, instituto abre as portas em agosto
Com previsão de realizar oito mil atendimentos por mês, abre as portas em agosto o Instituto de Prevenção Antônio Morais dos Santos. Localizado na avenida Thirson de Almeida, no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, a unidade foi erguida com a doação de R$ 12 milhões desembolsada pelo pecuarista Antônio Morais dos Santos. O valor também custeou uma unidade móvel, que vai circular pela cidade.
A previsão inicial era que o instituto começasse a funcionar em junho, porém, a obra atrasou. “Atrasou bastante por causa dos vidros. Mas os equipamentos já estão todos aí, afirma Janete Morais, filha do doador.
A unidade vai realizar exames para rastrear o câncer. “Vai ser portas abertas e 100%SUS [Sistema Único de Saúde]”, explica a diretora-clínica Adriane Cristina Bovo, médica ginecologista com especialização em prevenção de câncer de colo uterino.
Desta forma, para fazer o procedimento, o paciente deve se enquadrar na faixa etária em que os exames preventivos são recomendados. “Basta ter cartão do SUS e RG para ser atendido”, diz. No caso da mamografia, por exemplo, a paciente deve ter a partir de 40 anos. O local também vai oferecer exames de prevenção ao câncer de colo de útero e próstata.
“A partir de janeiro, também vai ter prevenção de [câncer] de pele, estômago e intestino. A capacidade será para oito mil atendimentos por mês”, afirma a diretora. Segundo Adriane Bovo, o instituto tem foco no diagnóstico e prevenção, sem tratamento contra o câncer.
A unidade móvel, montada pelo Hospital de Câncer de Barretos, já está pronta e vai entrar em funcionamento logo que o instituto for inaugurado. O hospital monta as carretas, dotando cada laboratório sobre roda com equipamentos para diagnóstico de câncer de mama, pele e próstata.
A doação milionária foi oficializada em agosto de 2011, com a presença do presidente do Hospital do Câncer de Barretos, Henrique Prata. Na ocasião, o pecuarista declarou que há muito tempo queria fazer um hospital do câncer para atender a população menos favorecida.
Em 2010, Antônio Morais doou R$ 15 milhões para o Hospital do Câncer de Campo Grande, administrado pela Fundação Carmen Prudente. Passado um ano, ele desistiu do projeto. A principal exigência não atendida pela direção foi a garantia de que o prédio não pudesse ser usado para outra finalidade, nem vendido ou penhorado.
Neste ano, o Hospital do Câncer da Capital teve a direção substituída após denúncias da operação Sangue Frio, realizada pela PF (Polícia Federal). A unidade hospitalar é investigada no esquema conhecido como “Máfia do Câncer”. O grupo de médicos é suspeito de desmontar o atendimento na rede pública para privilegiar o setor privado.