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Capital

Com delação direto de MS, Ronnie Lessa revela mandante da morte de Marielle

Escoltado por policiais penais federais, ele foi levado para a sede da PF em Campo Grande

Por Aline dos Santos | 23/01/2024 10:58
O ex-policial Ronnie Lessa (ao centro) está preso em Campo Grande desde 2020. (Foto: Reprodução/TV Globo)
O ex-policial Ronnie Lessa (ao centro) está preso em Campo Grande desde 2020. (Foto: Reprodução/TV Globo)

Com delação direto de Campo Grande, o ex-policial militar Ronnie Lessa fechou o Caso Marielle Franco, sobre o assassinato da vereadora do Psol e do motorista Anderson Gomes. A delação revelou o mandante do crime, que aconteceu em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. O ex-policial, acusado pelos homicídios, está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande desde 9 de dezembro de 2020.

A reportagem apurou que no ano passado, por diversas vezes, Lessa deixou o presídio, escoltado por policiais penais federais, e foi levado para Superintendência da Polícia Federal de Campo Grande, na Vila Sobrinho. Lá, era ouvido por policiais federais que vieram do Rio de Janeiro. Foram vários encontros, que durava o dia inteiro.

De acordo com o divulgado nesta terça-feira (dia 23)  pelo Intercept Brasil, Lessa delatou Domingos Brazão como um dos mandantes do atentado. Conforme o jornal, o acordo ainda precisa ser homologado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), pois Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e tem foro privilegiado. A defesa do conselheiro apontou que desconhece a informação de mandante do atentado.

Segundo o Intercept Brasil, a principal hipótese para que Domingos Brazão ordenasse o atentado contra Marielle é vingança contra Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo Psol, hoje no PT, e atual presidente da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo).

Cartaz divulgado em 2018 pedia informações sobre assassinatos de vereadora e motorista. (Foto: Reprodução)
Cartaz divulgado em 2018 pedia informações sobre assassinatos de vereadora e motorista. (Foto: Reprodução)

Brazão passou quatro anos afastado do cargo após ser preso, em 2017, na Operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, sob acusação de receber propina de empresários.

Desde que foi transferido para Campo Grande, Ronnie Lessa foi alvo de três operações da Polícia Federal, durante investigações sobre contrabando de componentes de armas de fogo e jogos de azar.

Sobre a delação, a PF de Campo Grande informa que o caso não é seu e que não há declaração a fazer.

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