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Capital

Com lixeiras e guard rail quebrados, Centro renovado sofre sem manutenção

O cenário é de mato crescendo em torno dos bancos; frequentadores e comerciantes reclamam de abandono

Por Idaicy Solano | 20/02/2024 13:24
Estrutura de guard rail está quebrada e mato cresce em torno dos bancos na esquina da Rua Rui Barbosa com a Avenida Fernando Corrêa da Costa (Foto: Idaicy Solano)
Estrutura de guard rail está quebrada e mato cresce em torno dos bancos na esquina da Rua Rui Barbosa com a Avenida Fernando Corrêa da Costa (Foto: Idaicy Solano)

Mesmo após investimento de R$ 100 milhões por parte da Prefeitura de Campo Grande para a revitalização do Centro da cidade, a região atualmente sofre com a falta de manutenção do mobiliário urbano nas Ruas 14 de Julho e Rui Barbosa, as duas principais vias revitalizadas.

Pouco mais de um ano após a conclusão da segunda etapa de obras do Centro da Capital, dentro do Programa Reviva Campo Grande, o cenário é de mato crescendo em torno dos bancos, guard-rails, que deveriam proteger os assentos, danificados, quebrados ou amassados, fios soltos caídos na calçada, lixeiras quebradas e terminais de ônibus pichados.

Em dezembro de 2022, a prefeitura concluiu a segunda etapa da revitalização, lançada na gestão no ex-prefeito, Marcos Trad. A área reformada abrangeu o quadrilátero formado pelas avenidas Fernando Corrêa da Costa, Mato Grosso, Calógeras e Rua José Antônio, contemplando toda a extensão da Rui Barbosa, Cândido Mariano, 13 de Maio e o entorno da antiga Estação Rodoviária. Foram executados de 30 quilômetros de recapeamento e reconstrução de 35 quilômetros de calçadas, adaptadas às regras de acessibilidade.

Na esquina da Rua Rui Barbosa, com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, o local que deveria ser destinado ao descanso e lazer dos frequentadores do centro, está praticamente impossibilitado de ser utilizado, pois há fios soltos e a estrutura do guard-rail quebrada está em cima do banco.

Fios soltos espalhados na calçada e bancos da Rua Rui Barbosa (Foto: Idaicy Solano)
Fios soltos espalhados na calçada e bancos da Rua Rui Barbosa (Foto: Idaicy Solano)

Todos estes detalhes não passaram despercebidos pelo publicitário Ramão Vanderlei Santos, 42, que costuma frequentar a região central com frequência, e questiona a falta de manutenção. “O impressionante é que estas estruturas estão há meses nessas condições e a prefeitura não faz manutenção”.

A comerciante Gil Alves, 48, administra uma loja de roupas na esquina da Rui Barbosa com a Barão do Rio Branco há 20 anos, e comenta que a revitalização ficou bonita, mas a falta de manutenção “desanima” o comércio e os frequentadores do centro. “Está muito relaxado, olha a cor dos vidros, tudo pichado, sujo. A lixeira, vieram colocar esses dias naquele terminal ali, que nem lixeira tinha, todo mundo jogava tudo no chão”.

Na Rua 14 de Julho, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Marechal Rondon, ponto de maior movimentação do centro, pelo menos dois locais estão com o guard-rail amassados. A estrutura deveria servir para proteger quem utiliza o espaço, com bancos, para descanso e lazer. Na esquina das Ruas 13 de Maio e Marechal Rondon, a equipe de reportagem flagrou uma lixeira quebrada e virada para baixo.

Guard rail quebrado na Rua 14 de Julho, local de maior movimentação no Centro de Campo Grande (Foto: Idaicy Solano)
Guard rail quebrado na Rua 14 de Julho, local de maior movimentação no Centro de Campo Grande (Foto: Idaicy Solano)

O casal Paulo Ferreira, 60, e Valdinez Mendonça dos Santos, 53, vieram de Camapuã, interior do Estado, para passar as férias na Capital. Paulo comenta que ele e a esposa não deixaram de notar a quantidade expressiva de lojas fechadas no Centro, e que esperavam da Capital cuidados maiores, principalmente por se tratar de uma região com grande concentração de pontos turísticos.

“Acho que abandono não é a palavra certa, mas está sendo meio que deixado em segundo plano. O centro é onde o turista vem, ele vai ali na 14 de julho, principalmente, vai no shopping, camelódromo, vai na feira. É tudo aqui na região, então tem que estar bonita a região central. Atrativa, bem pintadinha, bem colorido. Eu vi várias lojas fechadas”, opina Paulo.

Valdinez comenta que manter o coração da cidade bonito e limpo é essencial para atrair os turistas. “Campo Grande é uma Capital, o povo que vem do interior, quer vir no shopping, quer vir na 14 de julho. Então tem que ter o atrativo, para a pessoa vir, comprar, passear, tomar alguma coisa,se não vem do interior, resolve suas coisas e vai embora, não fica, não gasta [na Capital]”, finaliza.

A reportagem procurou a Prefeitura de Campo Grande, para questionar a respeito da manutenção do local, principalmente dos pontos danificados em decorrência de acidentes. Até o momento da publicação da matéria, não houve retorno.

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