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Capital

Criança de 11 anos que teve a orelha cortada pelo pai vai para abrigo

Caso aconteceu no dia 25 de maio e as irmãs da vítima também foram tiradas da família por conta das agressões

Por Ana Paula Chuva e Geniffer Valeriano | 31/05/2024 16:15
Fachada da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente onde caso é investigado (Foto: Paulo Francis | Arquivo)
Fachada da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente onde caso é investigado (Foto: Paulo Francis | Arquivo)

Menina de 11 anos e as duas irmãs foram levadas para abrigo pelo Conselho Tutelar, após ela ser agredida com faca pelo pai. O caso aconteceu no dia 25 de maio, no Bairro Danúbio Azul, em Campo Grande. Na ocasião, o pedreiro de 54 anos foi preso em flagrante e a criança foi levada para atendimento médico porque teve a orelha cortada.

Conforme apurou o Campo Grande News, o caso foi registrado como lesão corporal culposa na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol e depois encaminhado para a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), no entanto, não era caso para prisão em flagrante e o autor foi liberado.

No entanto, a menina e as irmãs de 16 anos e outra de 7 anos, foram levadas para abrigo pelo Conselho Tutelar na segunda-feira (27). A informação foi confirmada pelo próprio pai em um áudio que o Campo Grande News teve acesso.

Na mensagem, o pedreiro confessa que agrediu a menina e que o pessoal do Conselho Tutelar levou a menina para abrigo, mas que ele vai tentar alugar uma casa para que elas morem com a mãe porque ele não pode se aproximar delas.

“Eles não podem ficar no mesmo prédio e mesmo local. Está em processo de andamento. Agora é pagar por mais um erro que cometi. Errei gravemente. É uma coisa que não pode fazer com o filho. Nem bater como eu estava batendo. Agora tem que aprender a lição que não pode bater em criança que vai preso”, disse o pedreiro em áudio.

A reportagem esteve na casa da família e o pedreiro relatou já ter dito tudo o que precisava ser falado. Ele declarou que as meninas não estavam com ele, mas alegou não saber onde e como elas estavam.

“Se eu não posso ver, se eu não posso ligar, o que você acha? Se não está comigo, se eu não tenho contato, o que eu posso falar para você?”, questionou o pedreiro.

Ainda segundo apuração da reportagem, o pedreiro já teria, em outra ocasião, agredido um menino de 5 anos. Em outro áudio, uma pessoa diz que ele “riscou” o olho do menino com uma faca e que ele “deveria ficar preso”.

A reportagem também teve acesso ao pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pedindo o acolhimento institucional urgente das meninas. No documento, diz que o pedreiro, por diversas vezes, agrediu fisicamente as filhas sob o argumento de estar corrigindo e que a mãe delas sempre esteve presente.

Por isso, as três deveriam ser mantidas em instituição de acolhimento. A menina mais velha estava com marcas causadas por surra de fio pelo corpo e a mais nova não tinha sinais de espancamento, porém apresentou ter muito medo do pai.

Caso - A vítima foi levada pelo próprio pai para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino. No local, os funcionários acionaram a PM (Polícia Militar) por conta do ferimento profundo causado pela faca na orelha da menina.

Aos policiais, o pedreiro afirmou que estava em casa com a menina e ela não estava respeitando suas ordens, por isso, ele bateu no braço da vítima três vezes com a lateral da faca. No entanto, o objeto escorregou e acertou a orelha da criança. Mas alegou que não teve a intenção de causar o ferimento.

Em seguida, ele levou a menina para a unidade de saúde, mas por ser um ferimento profundo ela precisou ser transferida para um hospital para fazer cirurgia. A mãe da vítima ficou no posto de saúde e o homem foi até a residência da família buscar a faca usada no crime e em seguida foi encaminhado para a delegacia.

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