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Capital

Delator "ostentação" de plano para matar delegado e promotores é condenado

Kaue Vitor dos Santos da Silva foi preso em hotel de luxo no Rio de Janeiro

Por Aline dos Santos | 01/04/2024 09:18
 Kaue Vitor dos Santos da Silva, 34 anos, em foto antes de ser alvo da Operação Ostentação (Foto: Reprodução)
Kaue Vitor dos Santos da Silva, 34 anos, em foto antes de ser alvo da Operação Ostentação (Foto: Reprodução)

Delator de plano de execução de autoridades na Operação Omertà, anotado em pedaço de papel higiênico, o traficante “ostentação” Kaue Vitor dos Santos da Silva, 34 anos, foi condenado a dois anos e três meses por ter sido flagrado com pistola e munição. A decisão é do juiz da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcio Alexandre Wust.

No dia 14 de agosto de 2017, por volta das 20h, na Rua Cabreúva, Bairro Paulo Machado, Kaue levava uma pistola (calibre 380), municiada com 14 munições intactas. Contudo, ele não tinha registro e nem porte, além de estar em liberdade provisória. A investigação descobriu que a pistola estava registrada na PF (Polícia Federal), mas em nome de empresário

O proprietário disse não conhecer Kaue e que  mantinha a arma no escritório. Ele ainda contou que o imóvel comercial tinha passado por reforma, com a circulação pelo local de diversos prestadores de serviços. Após o flagrante, o preso acabou liberado mediante pagamento de fiança.

No último dia 19 de março, foi publicada a sentença da condenação de Kaue. De acordo com o documento, “sua culpabilidade é acentuada, posto que praticou a conduta delitiva durante a liberdade provisória” e “sua personalidade é acentuadamente propensa a pratica criminosa”.

Arma, dinheiro e objetos apreendidos com Kaue durante flagrante em 2017. (Foto: Divulgação)
Arma, dinheiro e objetos apreendidos com Kaue durante flagrante em 2017. (Foto: Divulgação)

Delator “ostentação” - Kaue Silva voltou a ser preso em 2017, desta vez  na Operação Ostentação, deflagrada pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico). O objetivo era desarticular esquema de tráfico interestadual de drogas, orquestrado por traficantes ‘que faziam questão’ de mostrar a ‘boa vida’ proporcionada pelo crime.

No dia 1º de março de 2018, ele foi transferido para a Penitenciária Federal de Mossoró (Rio Grande do Norte). Em outubro de 2019, também foram para o estabelecimento penal Jamil Name e Jamil Name Filho, investigados por homicídio, organização criminosa, extorsão e tráfico de armas.

Kaue é apontado como autor do bilhete, escrito em papel higiênico em que ele descrevia tudo o que ouvia dos Name, incluindo plano para execução de autoridades em MS, o delegado Fábio Peró, titular do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro), e dois promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). A defesa nega a autoria do “relatório”.

O papel foi repassado à direção do presídio e entregue ao Gaeco. Essa etapa levou à deflagração de nova fase da Omertà.

Em julho de 2020, Kaue voltou para Mato Grosso do Sul. No ano seguinte, já no semiaberto, saiu para trabalhar e não retornou ao presídio de Dourados. Ele acabou preso em hotel de luxo de Copacabana, no Rio de Janeiro. O flagrante foi em abril de 2022.

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