Depois de buscas da PF pela manhã, empresas alvo fecham as portas
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Entre quatro das empresas que foram alvos da Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, no início da manhã desta quinta-feira, 11, em Campo Grande, só uma está funcionando normalmente: uma unidade da JBS e a Gráfica Alvorada, que teve seu proprietário, Mirched Jafar Júnior, levado preso pelos policiais.
Na gráfica não teve mandado de busca e apreensão, somente na casa do proprietário – Rosana, a esposa dele, foi conduzida para depor à PF. Já nas outras duas empresas, a HBR Medical e a H2L Soluções para Documentos, não há expediente nesta tarde, sequer abriram as portas, conforme constatou a reportagem do Campo Grande News.
Na HBR Medical, localizada na Via Parque, uma pessoa chegou a caminhar no interior da loja ao ouvir o toque do interfone, mas não atendeu. Segundo o advogado da empresa, Carlos Marques, o MPF (Ministério Público Federal) suspeitou de saques de alto valor em dinheiro e por isso ligou a HBR Medical à quarta fase da Operação Lama Asfáltica.
A H2L Soluções para Documentos, localizada na Rua 25 de Dezembro, também está fechada. Um funcionário da empresa atendeu o Campo Grande News, preferiu não se identificar, e disse que a loja só será reaberta amanhã. “Estamos ajeitando as coisas, principalmente referente ao nosso sistema para reabrir a empresa nesta sexta-feira”, declarou.
Em relação a H2L Soluções, a Operação da PF nesta quinta-feira encontrou munições na casa do proprietário, Rodolfo Holsback, que também foi detido por suspeita de participação em fraudes de licitações e obras públicas, corrupção de servidores e lavagem de dinheiro.
Outra empresa alvo de diligências nas primeiras horas da manhã foi a unidade do JBS na saída para Sidrolândia. Lá, ainda antes do meio-dia a reportagem constatou a movimentação de funcionários e veículos, mas não foram fornecidas mais informações.
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Histórico - A Polícia Federal desencadeou nesta quinta-feira a quarta fase da Operação Lama Asfáltica em Mato Grosso do Sul. Foram cumpridos 44 mandados entre prisão preventiva, condução coercitiva e busca e apreensão em quatro cidades de MS e outros dois estados.
Policiais estiveram na casa do ex-governador André Puccinelli (PMDB) antes das 6h, na empresa HBR Medical e na H2L Soluções para Documentos, todas em Campo Grande.
De acordo com a PF, a nova fase foi motivada após investigação em provas colhidas em fases anteriores. As fraudes em licitações, superfaturamentos em obras públicas e pagamento de propinas desviaram valor estimado em R$ 150 milhões dos cofres públicos.