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Capital

"Destroçada", diz mulher que faz via-sacra como muitos em busca de desaparecido

Através da coleta de digitais, a servidora pública tentou fazer o reconhecimento

Por Geniffer Valeriano | 17/10/2023 12:56
Peritos da Polícia Civil foram até o hospital para colher as digitais (Foto: Paulo Francis)
Peritos da Polícia Civil foram até o hospital para colher as digitais (Foto: Paulo Francis)

Em busca por irmão desaparecido há 11 anos, servidora pública, de 49 anos, viu em paciente da Santa Casa a esperança do reencontro. Nessa segunda-feira (16), ela esteve no hospital junto a dois peritos papiloscopistas da Polícia Civil para colher as digitais do senhor e tentar identificá-lo. A resposta veio horas depois. O paciente não é o irmão que a servidora tanto procura. "Estou destroçada", disse após a notícia.

O paciente desconhecido que está internado no Hospital deu entrada no dia 4 de setembro sem nenhum documento e alcoolizado. Após acordar, o homem não soube dizer quem é. Passados 21 dias de internação, na segunda-feira (25), a assessoria da Santa Casa compartilhou com a imprensa fotos de suas tatuagens na tentativa de encontrar a sua família.

Apesar da incompatibilidade, as digitais coletadas serão inseridas no banco de dados da Polícia Civil, para que assim consigam identificar o homem. O resultado sai em dois dias. Mesmo após a frustração vivida, a servidora, que pediu para ser chamada apenas de Sandra, afirma que continuará com as buscas. "Com toda certeza, desistir jamais! E agora tenho a ajuda da policia para a identificação", disse.

Muito debilitado e magro, o homem possui o mesmo tipo sanguíneo do irmão da servidora. Mesmo tendo tatuagens que não possui quando desapareceu e com aparência diferente, a mulher se mostrou confiante, durante conversa com a reportagem logo na recepção do Hospital.

Eu não vou perder [a esperança] nunca, mas é muito angustiante, entendeu? Eu não vou perder nunca as esperanças. A minha ideia hoje é mostrar o quanto é importante colher o DNA para confrontar, porque nós somos um povo que ninguém vê e nós vamos de delegacia em delegacia”, contou.

Desaparecido há mais de uma década, Sandra diz que acredita que o irmão não tenha mais a mesma aparência. Ela acha que ele possa se parecer com os andarilhos que são vistos pela cidade. Sem desistir das buscas, a mulher afirma que não deu sossego para os policiais.

Antes mesmo de entrar na sala do paciente, a servidora já anunciava aos policiais: “Estou com o coração na mão, em tudo que é lugar, menos onde ele deveria estar”. Bastante emocionada, Sandra não conseguiu conter as lágrimas ao visitar o homem pela segunda vez.

Panfleto com foto de 11 anos atrás do irmão de Sandra (Foto: Paulo Francis)
Panfleto com foto de 11 anos atrás do irmão de Sandra (Foto: Paulo Francis)

Enquanto as digitais eram tiradas, a servidora pública relatou para a reportagem que seu coração estava a mil, mas ela tentava se manter firme. Durante o procedimento, ela aproveitou ainda para tentar conversar com o homem e tentar descobrir o seu nome. Ao fim dos procedimentos, a servidora deixou a promessa de retornar para visitar o homem mais uma vez.

Com as digitais das duas mãos colhidas, o perito papiloscopista João César de Carvalho explicou os passos seguintes.

“A gente não joga no sistema, a gente faz um confronto ‘um pra um’, que a gente vai fazer a análise direto. O confronto ‘um pra N’ a gente joga no banco de dados, quando a gente não tem um suspeito, que é um confronto para vários. O confronto ‘um pra um’ é um confronto mais minucioso que podemos fazer”, explicou.

Perito papiloscopista João César de Carvalho diz que banco de dados de digitais são maiores que a de DNA (Foto: Paulo Francis)
Perito papiloscopista João César de Carvalho diz que banco de dados de digitais são maiores que a de DNA (Foto: Paulo Francis)

O banco de dados de digitais é maior por ser coletado no ato de tirar o RG ou até mesmo para o título eleitoral. Outro que alimenta o banco de dados são os policiais ao prenderem uma pessoa.

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