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Capital

Dois anos após crime, lutador que espancou e matou hóspede vai a júri

Rafael Martinelli Queiroz, 29 anos, está preso desde o dia 19 de abril de 2015

Luana Rodrigues | 16/03/2017 16:28
Rafael está preso em cela do Complexo Penal do bairro Noroeste, em Campo Grande (Foto: Reprodução/facebook)
Rafael está preso em cela do Complexo Penal do bairro Noroeste, em Campo Grande (Foto: Reprodução/facebook)

O lutador de jiu-jítsu, Rafael Martinelli Queiroz de 29 anos, que espancou até a morte o engenheiro Paulo Cézar de Oliveira, 49 anos, há cerca de dois anos, no Hotel Vale Verde, em Campo Grande, vai a júri popular no dia 25 do próximo mês de abril.

A data do julgamento foi publicada pela Justiça nesta quarta-feira (15). A audiência acontecerá às 8h, em uma sala padrão do Fórum da Capital, localizado na Rua da Paz.

Os dois eram hóspedes e o crime aconteceu no dia 18 de abril de 2015, depois que Rafael brigou com a namorada e teve um ataque de fúria no hotel, pouco antes de participar de uma competição.

Desde que o lutador foi preso, a defesa tenta recorrer da prisão, alegando que ele tem doença mental, inclusive 'transtorno de Boderline', e por isso é inimputável.

Já o MPE (Ministério Público Estadual), que faz a acusação, afirma que, apesar do lutador ser portador de transtorno de personalidade, a perícia constatou que ele não estava completamente incapaz quando cometeu o assassinato e pede que seja mantida a sentença.

Defesa – No dia 18 de julho de 2016, a defesa do réu pediu a anulação da decisão de mandar o réu a júri e que seja reconhecido pela Justiça que o acusado não pode ser punido por homicídio, mas deve ser, por exemplo, ser internado em instituição destinada a pacientes com problemas mentais.

Os advogados recordaram que Rafael, quando interrogado em juízo, sequer se lembrava do que ocorreu, disse que ficou sabendo pela televisão que havia cometido um assassinato, e que não sabia o que estava fazendo. “Se eu estivesse em sã consciência, eu jamais faria isso”, teria dito o lutador.

Acusação – Já a promotora de Justiça Lívia Carla Guadanhim Bariani defende que Rafael é, na verdade, semi-inimputável. “O réu tinha consciência dos atos que estava praticando, bem como das consequências que eles poderiam acarretar”.

O acusado usou meio cruel para bater no engenheiro e não cessou as agressões quando percebeu que o hóspede estava ferido, pegando pedaços de madeira para continuar ferindo o homem até a morte, “com o intuito de lhe causar sofrimento desnecessário”, reforça a promotora.

Câmara Criminal – O relator do processo, Luiz Gonzaga Mendes Marques, entendeu que o júri popular é a melhor forma de dar julgamento justo ao lutador. “Considerando que o júri é o juiz natural dos fatos, cabe ao conselho de sentença o julgamento do recorrente, cabendo ao magistrado do processo, nessa fase, somente o pronunciamento com base em indícios de materialidade e autoria”.

Os outros integrantes da 2ª Câmara Criminal acompanharam o voto do relator. Rafael vai a júri portando por homicídio qualificado por meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Crime - Rafael, que é de Valparaíso (SP), veio a Campo Grande para participar de um campeonato de jiu-jítsu realizado no Círculo Militar. Mas, na noite do dia 18 de abril, ele não competiu, como era previsto.

Ele e namorada, de 24 anos, tiveram uma discussão no quarto do hotel, localizado na avenida Afonso Pena. O lutador bateu na mulher que, amedrontada, fugiu pelos corredores e pediu socorro na recepção.

Ao sair enfurecido do quarto, Rafael destruiu tudo o que encontrou pela frente, até se deparar com Paulo, que havia acabado de abrir a porta de seu apartamento, o 216, para ver o que estava acontecendo. A vítima foi espancada até a morte. Tudo foi filmado pelo circuito interno de segurança do hotel.

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