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Capital

Lutador faz teste do “borrão de tinta” em tentativa de provar insanidade

Exame é o mesmo ao qual já foi submetida Suzane von Richthofen, por exemplo

Aline dos Santos | 25/01/2016 10:45
Rafael (à direita) está preso há noves meses. (Foto: Marcos Ermínio)
Rafael (à direita) está preso há noves meses. (Foto: Marcos Ermínio)

Preso há nove meses, o lutador Rafael Martinelli Queiroz fez na manhã desta segunda-feira (25) exame sobre sanidade mental no Fórum de Campo Grande. Ele foi detido dia 19 de abril de 2015 por espancar até a morte o engenheiro Paulo Cézar de Oliveira, 49 anos, no Hotel Vale Verde.

O recurso de insanidade mental foi instaurado em maio do ano passado, “tendo em vista existirem dúvidas quando a imputabilidade do acusado”. No caso, imputabilidade é a capacidade que a pessoa, que praticou crime, tem de entender o que estava fazendo. Nesta segunda, Rafael passou pelo Teste de Rorschach, também conhecido como teste do "borrão de tinta".

O psicólogo apresenta pranchas com manchas de tintas e o paciente revela o que percebe. O teste foi aplicado, por exemplo, em Suzane von Richthofen, presa pelo assassinato dos pais em um crime de repercussão nacional.

Em dezembro de 2015, a Justiça chegou a indeferir o pedido do teste para Rafael, por falta de recursos para pagar o exame. Ainda conforme o processo, que tramita na 1ª Vara do Tribunal do Júri, a aplicação do teste será paga pela defesa.

De acordo com a defesa, os resultados dos laudos no incidente de insanidade mental é essencial para definir como caminha os trabalhos no processo principal, que é referente ao homicídio. “O principal objetivo do teste é verificar em profundidade a personalidade da pessoa. São apresentadas dez lâminas com manchas de tinta e a pessoa responde o que está vendo”, afirma o advogado Darguim Julião Vilhalva Júnior.

Desde abril, foram apresentados dois pedidos de habeas corpus ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para libertar o preso. O primeiro foi negado na liminar e no mérito. O segundo teve a liminar negada.

“Queremos tratar o Rafael. Ele teve um surto dentro da penitenciária. Foi num domingo e paralisou todas as visitas. Ficava batendo a cabeça nas grades, ensanguentado. O Estado não tem recursos para uma situação dessa. A família conseguiu em São Paulo um clínica para receber o Rafael, queremos que ele responda o processo em liberdade e fazendo o tratamento”, diz o advogado.

Atualmente, ele está preso no Instituto Penal de Campo Grande e toma medicamento controlado. Um pedido de liberdade também foi negado no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Crime – Rafael Martinelli, que é de Valparaíso (São Paulo), veio a Campo Grande para participar de um evento de lutas realizado no Círculo Militar. Porém, não competiu na noite de sábado (18 de abril), como era previsto, e foi para o hotel, na avenida Afonso Pena, por volta das 22h.

O lutador foi até o quarto 221, onde estava hospedado com a namorada de 24 anos, quando teve início uma discussão envolvendo traição. Ele bateu na mulher que, amedrontada, fugiu pelos corredores e pediu socorro na recepção.

Ao sair enfurecido do quarto , Rafael destruiu tudo o que encontrou pela frente, até se deparar com Paulo Cézar de Oliveira, 49 anos, que havia acabado de abrir a porta de seu apartamento, o 216, para ver o que estava acontecendo.

A vítima, que era de Batatais (São Paulo), foi espancada até a morte. Rafael tem quase dois metros de altura, pesava 140 kg e é lutador profissional. Já Paulo pesava cerca de 70 quilos e tinha 1,68 metro de altura.

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