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Capital

Em carta, sobrinha pede que militar faça tratamento psicológico

Subtenente do Exército Brasileiro foi preso por maus-tratos contra a menina e acabou solto sem fiança

Por Ana Paula Chuva | 19/12/2024 12:59
Carta escrita pela menina e anexada ao pedido de liberdade do militar (Foto: Reprodução)
Carta escrita pela menina e anexada ao pedido de liberdade do militar (Foto: Reprodução)

Em carta anexada ao pedido de liberdade do subtenente do Exército Brasileiro, de 51 anos, a sobrinha pede que o “pai” faça tratamento psicológico. A menina de 10 anos foi agredida pelo homem preso em flagrante na terça-feira (17), após ser denunciado pelos maus-tratos. O caso aconteceu no Bairro Coophatrabalho, em Campo Grande. Ele foi solto sem fiança na quarta-feira (18).

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Um subtenente do Exército Brasileiro, preso por agredir sua sobrinha de 10 anos, foi liberado na audiência de custódia com medidas cautelares, como recolhimento domiciliar noturno. A menina, em carta anexada ao pedido de liberdade, pede ao tio, a quem chama de pai, que faça tratamento psicológico e trate a família com respeito, demonstrando o desejo de reconstruir o relacionamento familiar após as agressões. O militar alegou ter agredido a criança como forma de correção disciplinar.

No texto escrito pela menina, ela começa afirmando que, junto com a tia e companheira do homem, sente muito pelo que aconteceu, mas tem algumas regras para dizer ao militar, uma delas, que o subtenente passe pelo tratamento psicológico e se cuide.

“Querido papai, eu e minha tia sentimos muito pelo o que aconteceu com você, mas temos algumas regras para dizer para você, primeiramente gostaríamos que fizesse um tratamento psicológico e cuidasse de você. E que traga dedicação para sua única família”, diz trecho da carta.

Na carta, a segunda regra é que o militar será proibido de gritar em casa e que, a partir de agora, as duas exigem respeito. “Eu gostaria de ter minha família de volta, quero um pai amoroso e dedicado como antes. Sem brigas, respeitando nossos limites e escolhas de forma saudável. Para que possamos ser uma família de verdade, cheia de amor, paz e carinho”, finaliza a criança.

O documento foi anexado ao pedido de liberdade provisória feito pelo advogado Dênis Carlos de Souza Medeiros. Segundo o defensor, a carta foi encaminhada a ele pela tia da criança, que afirmou ser ela mesma quem decidiu escrever o texto por estar sentindo muita falta do tio a quem chama de pai.

Na manhã de ontem, o subtenente passou por audiência de custódia e teve a liberdade provisória concedida sem o pagamento de fiança. Na decisão, o juiz Vinicius Pedrosa Santos determinou que ele faça o recolhimento domiciliar noturno e não se ausente da cidade sem autorização judicial.

Prisão - O militar foi preso na terça-feira após denúncia de maus-tratos e agressões constantes contra a criança, de quem ele tem a guarda. Conforme boletim de ocorrência, equipe da PM (Polícia Militar) realizava rondas pela região, quando foram abordados pela esposa do militar. Aos agentes, a mulher contou que o marido havia agredido a sobrinha, causando lesões no antebraço e dedo polegar direito da vítima.

Em depoimento, o homem afirmou que conheceu a tia da menina quando morou em Manaus (AM). A menina já apanhava de sua avó e, por sua família não ter condições financeiras de sustentá-la, já que a mãe era usuária de drogas, decidiu trazê-la para morar com ele e sua companheira, que chegou a ser contra ele entrar com o pedido de guarda da criança.

Após algum tempo, eles se mudaram para Porto Murtinho e quando ele se aposentou, a família veio morar em Campo Grande. O militar já havia conseguido a guarda definitiva da menina e, como a companheira trabalha fora, é o responsável pelos cuidados da sobrinha. Ontem, ele afirma que bateu no braço da criança apenas como forma de corretivo.

 Segundo ele, a menina “anda muito relaxada, além de não querer estudar. Não colabora com os afazeres domésticos” e ele acaba tendo que fazer tudo em casa, já que a companheira trabalha o dia todo. À delegada Lucelia Constantino de Oliveira, o subtenente ainda afirmou que a sobrinha precisa estudar porque está na idade de ingressar no colégio militar e que se ele ficar preso, ninguém cuidaria dela.

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