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Capital

Em tempo de gripe, falta antibiótico e até xarope em farmácias da Capital

Remédios que chegam aos estabelecimentos não são suficientes para atender toda a população

Izabela Cavalcanti | 11/08/2022 09:51
Antibiótico Azitromicina, usado para infecções bacterianas (Foto: Henrique Kawaminami)
Antibiótico Azitromicina, usado para infecções bacterianas (Foto: Henrique Kawaminami)

Dentre os vários problemas que a pandemia da covid-19 trouxe, uma é a falta de medicamentos, que perdura desde 2021. Como reflexo, as farmácias de Campo Grande ainda seguem com escassez de antibióticos e até mesmo xaropes.

Diante do cenário, o CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul) tem recomendado recorrer ao remédio manipulado.

Na Attive Care, antiga Attive Pharma, a procura por remédios manipulados, aumentou mais de 40%, em relação ao mesmo período do ano passado.

“No período pós-pandemia, vários medicamentos entraram em falta, isso refletiu para nós como farmácia de manipulação. É muito vantajoso, pois antes era um setor que não tinha tanta procura, e agora, a gente percebe uma expansão na procura”, destaca o farmacêutico responsável, Luiz Fernando Quinhones.

Da mesma forma, a farmácia Artesanal tem notado a migração da clientela. Segundo o farmacêutico e proprietário do local, Lucas Coelho, a procura por remédios manipulados chegou a ser 30% maior.

“Teve aumento na procura de alguns fármacos específicos. Antibióticos, anti-inflamatórios, dipirona, são alguns. Por causa da nossa facilidade em comprar pequenas quantidades e com maior frequência do que a indústria, conseguimos suprir a demanda", pontua.

Escassez - Na Droga 10, na Avenida Mato Grosso, estão em falta: Cafaclor (Antibiótico); Amoxicilina com Clavulanato (antibiótico); Cloperastina (xarope); Salbutamol em gotas (antiasmático); Axetilcefuroxima (antibiótico); dropropizina (xarope); e Desloratadina (antialérgico).

“Há dois meses estava bem feia a situação. Agora está voltando ao normal, mas ainda tem falta de alguns medicamentos. Os fornecedores explicam que estava tendo falta de princípio ativo, devido aos navios na China terem ficado parado”, comenta o atendente da farmácia, Fernando Andrade.

O gerente de compras da rede São Leopoldo, Thiago Moreira Ribeiro, explica que a situação está voltando a se normalizar, mas  ainda não consegue atender a alta demanda.

“Está começando a normalizar algumas coisas, o problema é que o mercado ficou desabastecido, então, quando chega, não consegue atender todo mundo”, explica.

Segundo o presidente do CRF/MS, Flávio Shinzato, além da pandemia, vários outros fatores estão relacionados à escassez dos produtos fármacos.

“Vários fatores favorecem a esse momento. A alta demanda, alta procura, falta de matéria-prima, dependência de matéria-prima importada, preço dos medicamentos, tudo influencia nesse efeito cascata da produção. Também tem um agravamento devido ao lockdown na China, a guerra na Ucrânia, porque o Brasil é altamente dependente de matérias-primas importadas”, ressalta.

Shinzato acrescenta dizendo que a escassez também foi agravada pelo aumento significativo da gripe, a retomada dos tratamentos crônicos do sistema público, e a volta das cirurgias eletivas.

Ainda conforme o Conselho, Mato Grosso do Sul conta com 1.154 farmácias. Deste total, somente em Campo Grande são 318 unidades.

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