Enxurrada vence asfalto e agrava quadro crônico de buracos na Capital
A epidemia de buracos já se torna crônica por vias de Campo Grande. Na Rua da Divisão, no Jardim Parati, a enxurrada de ontem (dia 12) abriu novas erosões, num constante conserta aqui, quebra ali.
“Estourou buraco essa madrugada. E essa rua é uma das mais movimentadas da região. Dá acesso ao Centenário, Aero Rancho, Hortênsia, Parati”, conta o açougueiro Joel Rodrigues dos Santos, 38 anos. Com poucas e entupidas boca de lobo, a enxurrada segue vencendo o asfalto.
Com curativo numa das pernas, fruto de acidente em um outro buraco, Hélio Marcelo, 30 anos, sinalizava o perigo na via na manhã desta segunda-feira (dia 13).
No bairro Aero Rancho, a rua Rachel de Queiroz teve a capa de pavimento arrancada pela chuva de ontem no cruzamento com a Carlos Drummond de Andrade. O trecho rebebeu serviço de tapa-buraco hoje, mas, pelos dois quilômetros restantes a “buraqueira” atravanca o caminho.
Cercada por ruas sem pavimento, o cinza do asfalto é oculto pelo marrom da terra e devorado pelos buracos. A poucos metros do serviço para refazer o pavimento, parte de veículo ornamenta mais um buraco.
Do outro lado da cidade, a avenida Três Barras também é marcada pelos buracos, com situação mais grave nas rotatórias, como na confluência com a Marquês de Lavradio. Tamires Marques Barbosa, 21 anos, mora no bairro Tiradentes e conta que o serviço de tapa-buraco se perde a cada chuva forte.
Na rua Joaquim Murtinho, próximo ao CCI (Centro de Convivência do Idoso) Vovó Ziza, uma sequencia de grandes buracos marca o trajeto dos ônibus do transporte coletivo.
“Tinham que tirar a carga pesada daqui, isso acontece por causa dos caminhões” , afirma o vendedor ambulante Gladyson de Oliveira, 41 anos, que testemunha, diariamente, as dificuldades impostas pela condição da via aos condutores.
De acordo com o secretário-adjunto de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ariel Serra, o serviço de tapa-buraco terá reforço em breve, com, no mínimo, 35 equipes atuando nas sete regiões urbanas da Capital. “Foi homologado o convênio com o Estado e serão sete empresas”, diz.
Atualmente, são três empresas que prestam o serviço para a prefeitura de Campo Grande. O modelo de contratação das outras quatro empresas será definido pelo área jurídica e uma possibilidade é a dispensa de licitação. Com a parceria, serão mais R$ 20 milhões para o tapa-buraco.
Na terra – Para quem mora em via sem asfalto, a enxurrada também deixa marcas, ampliando o processo erosivo. Morador da Rua da Geometria, no Portal Caiobá, o bombeiro aposentado Osmar Miranda, 57 anos, conta que um carro caiu na valeta ontem.
Segundo Ariel Serra, que foi ao local nesta segunda-feira, Campo Grande está sem contrato para conservação de vias não pavimentadas desde outubro de 2016.
Conforme o secretário-adjunto, será realizada reunião hoje para definir o retorno dos trabalhos. O orçamento prevê R$ 5 milhões por ano para o serviço. O valor é considerado insuficiente pela nova gestão para manter as vias sem asfalto e as estradas na zona rural. A prefeitura vai preparar uma nova licitação.
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