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Capital

Equipes voltam a simular ataque em presídio para combate à fuga

Ataque fictício usou veículos e servidores descaracterizados para a mobilização na Máxima

Por Gustavo Bonotto e Mylena Fraiha | 30/05/2024 19:01
Policiais acessam torre de defesa da Máxima durante treinamento no início da noite. (Foto: Juliano Almeida)
Policiais acessam torre de defesa da Máxima durante treinamento no início da noite. (Foto: Juliano Almeida)

Para dar sequência ao plano de ações que minimiza entregas de drogas e fugas em presídios, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) voltou a treinar equipes com nova simulação na noite desta quinta-feira (30), em Campo Grande. Desta vez, os policiais se deslocaram para a unidade penal Jair Ferreira de Carvalho, a "Máxima", localizada no Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste para teste de procedimentos de segurança nas torres de defesa.

O estabelecimento penal conta com cerca de 500 custodiados e fica nas proximidades da rodovia federal BR-262. O ataque fictício usou veículos e servidores descaracterizados para a mobilização. Na sequência, uma torre foi "atacada" com disparos de munição fictícia em alvos fixos.

O treinamento é com a Polícia Penal, com dois grupos: COP (Comando de Operações Penitenciária) e GEP (Grupamento de Escolta Penitenciária). Também tem a participação de agentes da PM (Polícia Militar) e do Corpo de Bombeiros. Uma primeira turma composta por 11 pessoas participa da ação. Eles posteriormente irão instruir outros colegas de equipe.

O diretor-presidente do Penitenciária Estadual, Rodrigo Maiorchini, destacou que a iniciativa prevê atuação de forma ágil, inclusive, quando a unidade estiver sob ataque externo. "Nunca aconteceu aqui, mas no Paraná anos atrás ocorreu. O intuito mesmo é capacitar nossa equipe, para caso haja uma resposta rápida e aplicar uma doutrina de pronta reação".

Desde março de 2022, as equipes passaram a ser capacitadas para poderem atuar melhor desde escolta até os ataques, discorreu Maiorchini "Todos eles passaram por um curso teórico no início de maio e agora essa etapa prática encerra esse módulo de avaliação".

Vista da torre contempla rua lateral ao presídio e também janelas das celas. (Foto: Juliano Almeida)
Vista da torre contempla rua lateral ao presídio e também janelas das celas. (Foto: Juliano Almeida)

Importante mencionar que estão usando munição não real, porque é um estabelecimento prisional que tem população em volta. Dois carros de som também fazem parte da simulação para avisar os moradores do bairro.

O instrutor de tiro da Polícia Federal, Gerson Gameiro, disse ao Campo Grande News que a atividade busca capacitar os policiais a atuarem em postos mais sensíveis e importantes das unidades prisionais.

"Qualquer atividade policial deve ser especializada para atender os protocolos específicos para aquele ambiente. Nessa simulação explicamos a segurança do manuseio de armamento em um ambiente confinado, que são as torres e o tiro de posição angulada, para combater eventuais agressores", relatou.

Gameiro destacou que a presença das outras forças corrobora no processo de defesa da unidade penal. "A PM é a primeira que vai ser acionada, com certeza, caso ocorresse algum tipo de sinistro ou disparo, e para isso, ela precisa saber como o estabelecimento opera. Eles já vão saber chegar de maneira mais segura, inclusive para eles, e assim auxiliar de forma eficaz. O mesmo para o Corpo de Bombeiros, que precisa estar ciente de toda a eventualidade e ferimentos que podem acontecer diante de um cenário como esse", explicou.

Sombra de policial penal enquanto manuseia uma espingarda. (Foto: Juliano Almeida)
Sombra de policial penal enquanto manuseia uma espingarda. (Foto: Juliano Almeida)

Além da PF, equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e do Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) participaram do treinamento simulado, que tem como base protocolos já adotados pela Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) no Sistema Penitenciário Federal e ainda os conhecimentos do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) no combate ao “domínio de cidades” pelo chamado “Novo Cangaço”, quando organizações criminosas fazem reféns e literalmente tomam conta de pequenos municípios ou parte deles para a prática de roubos cinematográficos.

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