Estacionamento irregular invade calçadas e canteiros de avenidas da Capital
Apesar das ruas e avenidas largas, Campo Grande começa a sofrer de um problema de cidades maiores e com características diferentes: o estacionamento de carros em calçadas. O problema, crônico nos bairros, também atinge pontos de grande movimento.
Um deles é a Avenida Eduardo Elias Zahran. A calçada que cerca um posto de gasolina desativado é usada como ponto de estacionamento de carros, particulares ou à venda. A “vitrine” improvisada bem na esquina da Zahran com a Rua Luiz Dodero possui carros de todos os tipos, desde caminhonete Hilux colocada em cavaletes até um Uno 89.
“Atrapalha mesmo. O problema aqui é que é difícil atravessar e com os carros na calçada a gente tem que ficar na sarjeta esperando o movimento diminuir”, comenta Analice Carvalho, 34 anos, funcionária pública.
Segundo o proprietário da loja de automóveis, Emídio Cezar, a calçada é ocupada em função da falta de vagas. "Não tem só carro da loja. A grande maioria é de gente que pára ai para poder ir na Caixa ou outros bancos. Os da oja só ficam um tempo até a gente manobrar de volta para dentro", explica.
O estacionamento irregular não fica apenas nas calçadas. Na Cidade do Natal, nos altos da Afonso Pena, quando o movimento cresce, entre as 18h e 22 horas, motoristas perdem o medo da fiscalização e estacionam até em cima da grama do Parque das Nações Indígenas.
O Campo Grande News flagrou carros nesta situação esta semana. Para não deixar o veículo muito longe em ruas das proximidades ou pagar até R$ 10 reais para deixar o carro em terrenos particulares, os motoristas utilizam o canteiro do Parque como estacionamento, às vistas da fiscalização.
“Já estive aqui uma vez e sofri muito com o congestionamento. De noite fica lotado mesmo, é impossível estacionar. Dessa vez viemos mais cedo para aproveitar mais, sem problemas de avenida engarrafada ou lotação na pista de patinação”, afirma Paulo Araújo Santos, 40 anos, autônomo, que leva os dois filhos, de sete e dez anos para brincar no local no período de férias.
Problema crônico - De acordo com dados da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), a cada dez multas emitidas nos bairros de Campo Grande, seis são contra motoristas que estacionam nas calçadas impedindo a passagem de pedestres.
A infração é grave, acarreta cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e custa R$ 127,69 aos motoristas.
Segundo a Agetran, na Avenida Ceará o estacionamento irregular é uma prática comum driblada por comerciantes. Em alguns estabelecimentos o recuo das vagas de estacionamento ocupa apenas uma parte do prédio, suficiente para caber a frente do veículo. O restante da “vaga” invade a calçada. O tamanho da vaga padrão é de 2,5m x 5m.
Apesar dos comerciantes pintarem o chão como se fosse estacionamento, motoristas que deixam seus veículos nesses locais podem ser multados, segundo a Agetran.
Para tirar as dúvidas sobre como fazer as vagas em frente a um imóvel, o proprietário deve entrar em contato com a Semadur e solicitar também visita de funcionários do setor de engenharia da Agetran.