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Capital

Família denuncia negligência com gestante de 15 anos e morte de bebê no HR

Entre choro e revolta, Elizabeth Aparecida Pinto Barbosa também reclama o corpo da neta

Aline dos Santos e Mirian Machado | 06/07/2019 13:00
Elizabeth mostra roupa que esperava pela neta Alice. (Foto: Henrique Kawaminami)
Elizabeth mostra roupa que esperava pela neta Alice. (Foto: Henrique Kawaminami)

Família de uma adolescente de 15 anos denuncia que ela foi vítima de violência obstétrica no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian e que a bebê Alice, nascida na madrugada de ontem (dia 5), quando ainda não havia completados seis meses, morreu por falta de atendimento. Agora, entre pranto e revolta, a dona de casa Elizabeth Aparecida Pinto Barbosa, 42 anos, reclama o corpo da neta.

Ela relata que a filha passou mal e do posto de saúde foi encaminhada para o HR. O ultrassom apontou perda de líquido e a gestante ficou internada. Elizabeth conta que a filha ficou em companhia de uma prima. Ao ver a gestante passando mal, com muitas dores, a acompanhante procurava as enfermeiras. Uma profissional teria chegado a gritar que já ia, mas seguiu mexendo no celular.

A gestante foi ao banheiro e percebeu que a criança já estava nascendo. Então foi realizado o parto normal. O bebê, que nasceu às 3h de sexta-feira, tinha 27 centímetros e pesava 430 gramas.

Na sequência, conforme o relato da família, a criança não foi encaminhada para a incubadora porque precisava pesar, ao menos, mais 70 gramas. “Se eu tivesse dinheiro, pagaria para ter essas 70 gramas”.

Ainda segundo a Elizabeth, a neta foi deixada, sem roupa, em um bercinho ao lado da filha. Ali a criança morreu por volta das 6h de ontem. Ela conta que o médico disse que a filha sofreu um aborto, mas a avó afirma que viu a neta respirando e tinha o corpo quente.

“Enrolaram o bebê num pano azul e levaram. Nem falaram para onde”, diz . Elizabeth reclama que após o óbito, com a família toda chorando, o médico questionou se poderia implantar DIU, dispositivo contra concepção, na adolescente. “Ela só tem 15 anos e isso vai ficar para o resto da vida. Que palavras vou dizer para alguém que perdeu o filho”, questiona.

Elizabeth faz contato com o hospital para conseguir fazer o velório da neta. Ela vai processar o Hospital Regional. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria de imprensa do HR neste sábado (dia 6).

“Ela só tem 15 anos e isso vai ficar para o resto da vida. Que palavras vou dizer para alguém que perdeu o filho”, diz Elizabeth. (Foto: Henrique Kawaminami)
“Ela só tem 15 anos e isso vai ficar para o resto da vida. Que palavras vou dizer para alguém que perdeu o filho”, diz Elizabeth. (Foto: Henrique Kawaminami)
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