Família diz que casal se deteriorou por conta da droga, até morrer carbonizado
Priscila já foi idenitificada e tudo indica que segunda vítima é o marido dela, Pedro
A família de Priscila Gonçalves Alves, de 38 anos e do marido dela, Pedro Vilha Alta Torres, de 45 anos, estão no IMOL (Instituto Médico e Odontológico Legal), na manhã desta terça-feira (17), para auxiliar no reconhecimento dos corpos encontrados esquartejados e carbonizados às margens da BR-262, nesta segunda-feira (16).
Os parentes mais próximos, inclusive, as 2 filhas do casal, foram ao Instituto para fazer coleta de sangue, que será usada no confronto genético dos corpos encontrados. Os laudos são necessários para a confirmação técnica, apesar disso, a polícia não tem dúvida de que a mulher é Priscila.
Enquanto esperavam, o clima de tristeza tomava conta da família. Ainda em choque com o que aconteceu, narraram que, nos últimos anos, a vida do casal se deteriorou diante do vício nas drogas.
Pedro e Priscila estavam juntos há 12 anos. Se casaram escondidos e tiveram duas filhas, hoje, com 12 e 4 anos. Ao longo do relacionamento, o homem ficou preso. Quando saiu da cadeia, a esperança da família era de que as coisas melhorassem e, por um tempo, de fato melhoraram, mas a caminho do casal, de repente, mudou e eles começaram a perder tudo novamente.
Todos ofereceram ajuda, sugeriram a internação em uma clínica de reabilitação, mas em resposta, ouviram risadas do casal e a afirmação de que não estavam doentes. Descrito como um “excelente artista na pintura”, Pedro também é dono de uma extensa ficha criminal, saiu da cadeia pela última vez com tornozeleira eletrônica.
Recentemente, as denúncias contra os dois eram de furtos para manter o vício, já que não trabalhavam e viviam de auxílio do governo. Em janeiro, a família de Priscila denunciou o casal por revender os eletrodomésticos de casa para comprar droga e também por ameaçar de morte os tios da esposa.
Conforme apurado pela reportagem, o casal vinha recebendo ameaças por conta de crimes de roubo e furto que cometiam na região que moravam. Autores teriam invadido a casa de Pedro e Priscila e ameaçado ele, a esposa e as filhas. Hoje, a polícia investiga se as mortes possuem envolvimento com facção criminosa.
Eles foram vistos pela última vez na noite de domingo (15), quando saíram de casa sem dizer para onde iam. Deixaram apenas a chave por baixo da porta e não voltaram mais.
“Não dá para acreditar em uma coisa dessas”, lamentou uma das parentes da vítima. O corpo de Priscila foi encontrado sem as pernas, em vala de aproximadamente 100 metros do local onde foram encontrados restos mortais carbonizados, sem a cabeça e uma das pernas, de um homem. A polícia trabalha para confirmar se essa vítima é Pedro Vilha Alta Torres.
Priscila tinha passagens pela polícia por receptação, lesão corporal e ameaças. Já o companheiro, somava vários “pequenos crimes”, além de homicídio. A extensa ficha conta com ameaças, furtos, roubos, porte ilegal de arma e ainda uma condenação de 7 anos e nove meses pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, consequência de processo de 1998.
Desde ontem, equipes da Polícia Civil tentam desvendar os motivos que levaram a dupla execução. Uma das linhas de investigação, aponta que Priscila e o homem encontrado ao lado dela, foram vítimas do PCC (Primeiro Comando da Capital). A maneira com que os corpos foram deixados, desmembrados, são características dos assassinatos ordenados pelo Tribunal do Crime realizado pela facção.
Todas essas possibilidades são apuradas pela equipes da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio).