Garras lacra 3 bancas, mas 4 grupos já exploram o jogo do bicho na Capital
Após prisão de quadrilha que comandava o esquema, grupos do RJ, BA, MG e SP tentam comandar negócio ilegal em Mato Grosso do Sul
Ao menos quatro novos grupos, organizados no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Minas Gerais, disputam a exploração do jogo do bicho em Campo Grande. Hoje, três bancas do esquema foram fechadas, na tentativa de colher informações para identificar os responsáveis pelo esquema que tem no histórico crimes como lavagem de dinheiro e assassinatos.
Os grupos ficaram fortes em Mato Grosso do Sul depois de prisões da operação Omertà, deflagrada em setembro de 2019, contra organização criminosa cuja chefia é atribuída ao empresário Jamil Name e ao filho dele, Jamil Name Filho.
Nesta quarta feira, após denúncia, o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) lacrou uma banca do jogo na Rua dos Arquitetos, no Bairro Caiçara e outras duas, na Moreninhas e na Vila Anahy. Três pessoas chegaram a ser encaminhadas à delegacia onde foram ouvidas e liberadas.
As investigações apontavam que, após a prisão dos Names, que até outubro do ano passado um grupo do Rio de Janeiro tentava comandar o jogo do bicho em ao menos duas cidades de MS, Aquidauana e São Gabriel do Oeste. Mas em pouco tempo, outras organizações passaram a explorar o jogo, inclusive, em Campo Grande.
Na cabeça estaria, inclusive, ex-candidato a cargo político que entrou como "sócio" de grupo da Bahia..
Modernizado, ao contrário dos clássicos talões, hoje os apontadores usam maquininhas para registrar as apostas, o que garante mobilidade maior dos contraventores.
A Operação Omertà começou há pouco mais de ano e já enquadrou cerca de 50 pessoas em crimes que vão de formação de milícia armada a tráfico de armas e assassinados.
O jogo do bicho é contravenção penal segundo a lei brasileira. Denúncias sobre o funcionamento podem ser feitas no telefone 3357-9500, no Garras.
*Matéria editada às 19h45 para correção de informação