Um mês após "Black Cat", bicho segue operando mas agora é ambulante
Quiosques parecem não ter movimento, mas extrações continuam saindo todo dia
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Alvo de operação que lacrou parte dos quiosques de apostas do "Gato Preto" em Campo Grande exatos 30 dias atrás, durante a “Black Cat”, a quarta fase da Operação Omertà, o jogo do bicho continua correndo, mas de jeito diferente.
Além de estar estar a caminho da troca de comando, segundo apurado pela reportagem, agora em vez de ficar dentro das banquinhas espalhadas pela cidade há décadas, os apontadores são “ambulantes”, ficam circulando para atender a clientela.
Nesta sexta-feira (23), o Campo Grande News foi às ruas e nos locais percorridos encontrou os pontos com o lacre e o recado deixado pela Omertà, de que romper o obstáculo é crime, além do telefone para denúncias.
A situação foi verificada em pontos da região norte e do Centro, todos aparentemente sem movimentação. Não há gente nos lugares, mas também não existe sinal de abandono. Na Rua Naviraí com a Avenida da Capital, por exemplo, o quiosque recebeu até pintura recente.
Continua - As extrações da loteria ilegal estão sendo divulgadas normalmente, em sites como o “Deu no Poste”, o que evidencia que o negócio segue operando. Hoje deu cabra na milhar, o maior prêmio.
Segundo a investigação jornalística feita, foram lacrados 107 pontos de um total de mais ou menos 500 estimados.
A força-tarefa liderada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) segue reprimindo a ação. Quando algum operador é flagrado vendendo apostas, é levado para delegacia e autuado por contravenção penal.
É o máximo que as autoridades podem fazer legalmente com essas pessoas, tidas como “peixe pequeno” no esquema.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), braço do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) na Omertà diz que ao combater o jogo do bicho, a intenção principal é juntar provas para mostrar a conexação da jogatina com crimes perigosos e violentos, incluindo assassinatos por encomenda.
Para as autoridades responsáveis pela Operação, a jogatina é comandada pela mesma organização criminosa que foi o foco de todas as fases anteriores da Omertà, cuja chefia, em Campo Grande é atribuída Jamil Name pai e Jamilzinho Name e em Ponta Porã ao empresário Fahd Jamil e ao filho, Flavio Georges Jamil.
Os Name estão presos em Mossoró (RN). “Fuad” e Flavinho, como são conhecidos, estão foragidos, com prisão preventiva decretada.
Nesta semana, reportagem do Campo Grande News mostrou que em cidades como Aquidauana e São Gabriel do Oeste, a exploração do negócio mudou de comando e ele estaria em execução por grupo do Rio de Janeiro (RJ).
Encaminhamentos – Desde que a “Black Cat” foi deflagrada, cerca de 30 apontadores foram levados para a Polícia Civil. Eles assinam TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) e vão responder a processo no juizado especial criminal.
Quanto às bancas que estão fechadas, foi enviado ofício pela força-tarefa à Semadur (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) indagando se existe algum tipo de autorização para funcionamento, como alvará para estar em calçadas públicas. O prazo inicial dado foi de cinco dias, mas segundo levantado, foi solicitado mais tempo para a resposta.
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