Grupos especiais lotam posto de saúde a procura de vacina
A prefeitura recomenda que grupos especiais procurem Guanandizão e Ayrton Senna
A vacinação de grupos especiais na manhã deste sábado (27) causou tumulto na UBS (Unidade Básica de Saúde) no Coronel Antonino, em Campo Grande. Antes das 8h30 mais de 100 pessoas aguardavam na fila do lado de fora por uma dose de vacina contra covid-19. A imunização para o novo grupo foi liberada ontem (26) pela prefeitura da Capital.
Segundo Zilda de Fátima Neto, 44 anos, ela saiu do Bairro Nova Lima para levar o filho de 24 anos, que tem atraso mental, para se vacinar, mas quando chegou no local , por volta das 8h30 já não tinha mais senha e pediram para ela aguardar.
“Quando cheguei tinha mais de 100 pessoas já aqui. Fecharam tudo porque não pode aglomerar e deixam o posto de saúde desse jeito? Não dá nem para manter o distanciamento porque tá lotado aqui fora e lá dentro. A maioria aqui é pessoa com deficiência, estamos todos no sol”, afirmou Zilda.
Ainda conforme a mulher, além de esperar na fila, as pessoas não foram informadas que era preciso levar uma xerox do laudo para comprovar a deficiência ou comorbidade e isso estava atrasando ainda mais a vacinação.
“Ninguém avisou que precisava da xerox. A gente tem que enfrentar a fila, depois sair para tirar xerox e voltar para a fila outra vez, porque não avisaram ontem? O ser humano precisa ser tratado de uma forma melhor.”, pontuou Zilda.
Também na fila para vacinar a irmã de 55 anos, portadora de síndrome de Down e lúpus, a artesã, Eleonir de Moura, contou que saiu de casa cedo e foi até o ponto de vacinação na Seleta, mas quando chegou lá por volta das 8h, mais de 300 pessoas esperavam na fila então decidiu ir até a unidade de saúde.
“Na Seleta o tempo de espera era mais de 5 horas, ai viemos para cá, porém tá do mesmo jeito. Tive que ficar com minha irmã nesse tumulto e aglomeração. Fico revoltada com essa desorganização. Abriram para o público especial, mas não fizeram um cronograma, uma escala. Era óbvio que ia congestionar”, afirmou Eleonir.
A falta de estrutura incomodou também a auxiliar de limpeza, Gabriela Ferreira, 24 anos, ela que foi levar a tia que faz tratamento de câncer e a avó que sofre de mal de Parkinson, saiu do Danúbio Azul e já estava na fila já quase 2 horas.
“Perguntei lá dentro disseram que não tinha mais fichas. Era para esperarmos que depois iam distribuir mas. Acho que tinham que ter fechado a rua e montado uma estrutura para atender os pacientes. Um monte de gente que não consegue ficar em pé, uma falta de respeito.”, desabafou Gabriela.
Por volta das 10h30, aproximadamente 60 pessoas esperavam do lado de fora do local, enquanto outras 50 aguardavam dentro da unidade para receber a vacina. As fichas não estavam mais sendo distribuídas porque, segundo apurou o Campo Grande News, precisavam imunizar quem já estava dentro do posto primeiro.
No entanto, pouco antes das 11h, pelo Canal Direto das Ruas, Zilda informou à reportagem que a vacinação havia sido suspensa no local. " O rapaz falou que vai continuar na segunda porque não avisaram antes tudo isso?", finalizou.
Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) a imunização das pessoas com deficiência e com comorbidades está concentrada no drive-thru do Parque Ayrton Senna e no Ginásio Guanandizão, onde foram colocadas equipes para acolhimento desses grupos.
Já sobre a suspensão do atendimento, a pasta disse que a informação não procede e que as doses estão sendo aplicadas normalmente na unidade.