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Há mais de 40 anos, paineiras plantadas por paisagista embelezam a Capital

Wisterman Chaparro foi o responsável pela plantação das árvores que se tornaram um atrativo turístico

Por Ketlen Gomes | 28/03/2025 13:24
Há mais de 40 anos, paineiras plantadas por paisagista embelezam a Capital
Paineiras da Avenida Ricardo Brandão embelezam Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

As paineiras ao longo da Avenida Ricardo Brandão embelezam Campo Grande e tornaram-se um dos atrativos turísticos da Capital. As árvores foram plantadas há mais de 40 anos pelo paisagista e servidor público aposentado Wisterman Chaparro, de 90 anos, quando ele era responsável pela arborização da cidade.

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As paineiras plantadas há mais de 40 anos pelo paisagista Wisterman Chaparro embelezam a Avenida Ricardo Brandão em Campo Grande, tornando-se um atrativo turístico. Chaparro, que hoje vive em uma casa de repouso, foi responsável pela arborização da cidade na década de 1980. As árvores, além de sua beleza, desempenham um papel crucial na estrutura urbana, ajudando na drenagem e mitigação de enchentes. O legado de Chaparro inclui também o plantio de ipês e magnólias, contribuindo para o reconhecimento internacional da arborização da cidade. A bióloga Gisseli Giraldeli destaca a importância das árvores para enfrentar a crise climática na região.

O filho dele, Hilarion Gregor Chaparro, de 65 anos, também paisagista, relembra o período em que o pai atuava. Segundo ele, no início da década de 1960, durante o mandato do então prefeito de Campo Grande, Mendes Canale, Wisterman foi chamado para trabalhar na arborização da cidade. Já na década de 1980, por “instinto”, decidiu plantar as paineiras.

Chaparro não se recorda exatamente o ano em que isso ocorreu. Atualmente, seu pai vive em uma casa de repouso, após enfrentar problemas de saúde, como dois AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais) e uma isquemia cerebral. Ele conta que cuida dos pais, mas que, devido à confusão mental, Wisterman não consegue mais conceder entrevistas.

Por muitos anos, Hilarion trabalhou ao lado do pai. Ele recorda que as árvores foram plantadas no trecho entre a Rua Padre João Crippa e a Avenida Fernando Corrêa da Costa. Anos depois, devido a sucessivos alagamentos na região e à obra de aterramento do córrego, as paineiras precisaram ser transplantadas para outra área da via, onde permanecem até hoje.

Segundo Hilarion, o plantio foi rápido e durou cerca de dois meses. A bióloga e mestre em ecologia e conservação Gisseli Giraldeli, de 44 anos, amiga da família e representante da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), acredita que Wisterman escolheu a espécie pelo “conjunto da obra”. Além da beleza e do valor paisagístico, as paineiras desempenham um papel importante na estrutura da cidade.

Há mais de 40 anos, paineiras plantadas por paisagista embelezam a Capital
As árvores foram plantadas há mais de 40 anos pelo paisagista Wisterman Chaparro. (Henrique Kawaminami)

“Tem um gabião aqui, e, na época em que ele foi construído para evitar desmoronamentos, as raízes das paineiras ajudaram a fixá-lo. Além disso, as árvores funcionam como uma barreira natural. Se a chuva cai em um local sem vegetação, a água escoa rapidamente e contribui para o transbordamento do córrego. Com as árvores, parte da chuva é interceptada. Uma paineira dessas consegue reter até três quartos do volume de água da chuva”, explica a especialista.

Legado verde – Wisterman Chaparro também foi responsável pelo plantio de diversas outras árvores em Campo Grande. Hilarion lembra que, ao longo de mais de 40 anos como servidor público, o pai participou de todos os projetos de arborização da cidade, abrangendo praças, avenidas e APPs (Áreas de Preservação Permanente).

Os ipês e magnólias da Rua 15 de Novembro, além das árvores e plantas da Praça Itanhangá, são exemplos do trabalho de Wisterman na Capital. Ele também foi responsável pela introdução de espécies como a sibipiruna em diferentes pontos da cidade.

“O trabalho do senhor Wisterman não foi apenas plantar. Ele cuidava das árvores com muito carinho. Às vezes, é um personagem esquecido na história de Campo Grande, mas sua importância é imensa. O que mais faz a cidade ser reconhecida, inclusive internacionalmente, é a arborização. Se não fosse o trabalho dele no passado, não teríamos o status que temos hoje. Curiosamente, aquilo que mais chama atenção na cidade é o que muitas vezes passa despercebido”, comenta Gisseli Giraldeli.

Importância – A bióloga destaca que as árvores desempenham um papel fundamental nas cidades, pois oferecem serviços ecossistêmicos essenciais, como drenagem da água da chuva, captação de radiação solar e mitigação dos impactos das mudanças climáticas.

“Com a crise climática, as previsões para a região Centro-Oeste indicam aumento expressivo da temperatura, secas e aridez. E qual é a infraestrutura dentro da cidade capaz de nos ajudar a enfrentar esses desafios? As árvores. Mais do que nunca, precisamos delas para adaptar Campo Grande às mudanças climáticas que estão por vir”, afirma Gisseli.

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