Homem que atirou durante confusão alega não ter visto que acertou criança
Menino de 12 anos foi atingido no tórax e continua internado na Santa Casa
Juliano Zatti, 39 anos, se apresentou na 5ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande para prestar esclarecimentos sobre a confusão, no sábado, 9 de abril, que terminou com uma criança, de 12 anos, baleada no tórax. Acompanhado de advogado, Juliano apresentou a arma calibre 22 usada no crime, alegando não ter visto que acertou alguém.
Conforme o delegado Rauali Kind Mascarenhas, Juliano foi ouvido nesta terça-feira (11). Segundo o suspeito, no momento em que a discussão começou, não estava armado. Mas alega ter visto uma arma com o morador e então foi até o imóvel onde mora, que fica na rua de trás, e pegou a arma.
Contudo, a polícia afirma que irá apurar os fatos, pois, em análise preliminar nas imagens das câmeras de segurança, não é possível ver o morador armado. Em diligências, os policiais localizaram apenas a arma de airsoft, que é citada pelas vítimas.
Juliano também alega que após disparar três vezes, também disparou contra o veículo Fiat Toro, pertencente à vítima, porque seria atropelado. Outra alegação que não foi comprovada com as imagens das câmeras. "Ele estava longe do carro e antes mesmo que a vítima saísse, já efetuou o disparo", diz o delegado.
Juliano foi ouvido e liberado, pois já passou o tempo de flagrante. A princípio, ele responde por tentativa de homicídio.
Entenda - Os fatos ocorreram na tarde de sábado, 9 de abril, na Rua Treze de Novembro, no Jardim Morenão, região do Bairro Pioneiros. Segundo o boletim de ocorrência, o morador da casa alvo do atirador contou à polícia que chegou com seu veículo Fiat Toro e estacionou em frente ao imóvel.
A família entrou em casa e em seguida, a esposa do morador foi até o carro para pegar uma bolsa que havia esquecido. Naquele momento, a mulher percebeu que uma vizinha com condição especial, que inspira cuidados, estava acompanhada por três homens, que lhe ofereciam bebidas alcoólicas e passavam a mão nela.
A moradora, por sua vez, alertou aos homens de que se continuassem fazendo aquilo, chamaria a polícia. Foi então que iniciou uma discussão. O marido da mulher saiu em frente ao imóvel e o desentendimento continuou, até que um dos suspeitos deu coronhadas com uma espingarda, na Fiat Toro, enquanto, segundo o boletim, outro homem disparou contra a casa da família, este que seria Juliano.
O filho do morador, de 20 anos, pegou uma arma de airsoft e apontou em direção dos autores, sendo que foi baleado na orelha em seguida. O irmão, de 12, estava na varanda da casa e foi atingido no tórax. O morador conseguiu fugir no veículo Toro, o suspeito em uma caminhonete Nissan Frontier e a mulher socorreu os filhos.
O GOI (Grupo de Operações e Investigações) fez diligências e chegou até os suspeitos. Na casa do pai de Juliano, idoso Natal Zatti, 63, que é visto nas imagens das câmeras de segurança, os policiais encontraram espingarda adulterada e, por esse motivo, acabou preso. Natal alegou que o filho foi até o imóvel pegar a espingarda e acabou o seguindo, tentando impedir a situação. Nas imagens, é possível ver o idoso puxando o filho.
O jovem de 20 anos recebeu atendimento, mas o irmão, de 12, está internado na Santa Casa. Não há informações atualizadas sobre o estado de saúde dele.