Investigador atira em casa de vizinhos e atinge carro na garagem

Um policial civil é suspeito de atirar contra a residência de um casal de vizinhos, na noite desta quarta-feira (20), na Rua Carlota dos Santos Saueia, no Jardim Pênfigo, em Campo Grande. O investigador atirou seis vezes contra a residência e atingiu o carro das vítimas, que estava estacionado na garagem.

De acordo com o boletim de ocorrência, o casal ouviu barulho de tiro por volta das 23h e ao sair para ver o que havia acontecido, percebeu que o portão da casa e a traseira do veículo Honda Civic tinham sido atingidos.

Segundo moradores da região que também ouviram os disparos, o suspeito pelo ataque estava em um carro Toyota Corolla cinza com rodas pretas.

Conforme complementação do boletim de ocorrência, o casal é vizinho do investigador e há algum tempo vem tendo desentendimentos com o homem. A polícia foi até a casa do servidor, mas ele não estava. No local, câmeras de segurança da residência do suspeito estavam funcionando e a esposa do homem foi orientada a não mexer no DVR (Digital Vídeo Recorder), pois passará por perícia.

Perseguidos e com medo – Na manhã desta quinta-feira (21), a reportagem esteve na casa das vítimas e foi recebida pela professora Lidiane Almeida, 42 anos. A mulher revelou que mora no local há 20 anos e que sua residência tem sido alvo de ataques constantes nos últimos 2 anos.

“Começamos a ser perseguidos há dois anos. A primeira vez, uma pessoa que não conhecemos jogou um balde de piche de asfalto no nosso muro, portão e calçada, atingindo os carros que estavam na garagem. Depois de um tempo, novamente a pessoa voltou a fazer isso, até que um dia atacou uma pedra grande por cima do muro e acertou o carro”, revela a vítima.

Na residência do casal tinham câmeras de segurança, mas foram furtadas na quinta-feira (14) da semana passada.

Lidiane revela que na noite passada, por volta das 23h, estava assistindo filme na sala e o marido dormindo no quarto, quando ouviram os tiros.

“A vizinhança toda saiu assustada e disse que viram um Corolla prata parado aqui na frente. A pessoa não desceu e atirou de dentro do carro e fugiu”, relatou.

Os tiros transpassaram pelo portão, atingiram o carro Honda Civic, furou os pneus e acertou a parede da casa. “Estamos assustados, ontem passamos o dia todo fora no velório do meu avô, já estava muito abalada com a morte e agora isso”, lamentou.

A vítima disse não saber quem está atacando a casa. “Não temos dívidas e nem rixa com ninguém, isso está acontecendo por inveja ou psicopatia de alguém”, afirmou.

Das outras vezes que a casa foi atacada, o casal procurou a polícia, mas sempre foi informado que esse caso não caberia investigação. Agora, como evoluiu para tiros, as polícias Civil, Militar e perícia foram até o local.

Delegado informou para as vítimas que a situação poderia ter sido investigada desde antes. Na casa do policial tem câmeras que registraram a ação do atirador, mas o morador disse que não vai passar nem para a polícia as imagens. “O delegado disse que vai solicitar via Justiça para que as imagens sejam cedidas”, disse Lidiane.

Assustados e cansados dos ataques, o casal pretende se mudar. “Vamos tentar vender a casa, estamos muito tristes com a situação, mas chegamos no limite”, finalizou.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil para saber sobre o ocorrido envolvendo o investigador e aguarda retorno.

Ataques - No dia 18 de setembro de 2020, um homem com pano na cabeça aparece nas imagens pichando o muro da residência. No dia 16 de janeiro de 2021, outro suspeito, com mochila nas costas, é flagrado pichando a casa.

No mesmo mês, no dia 27, um homem magro, usando boné, calça e camiseta, aparece jogando uma pedra por cima do muro da casa do casal e fugindo na sequência.

No dia 3 de março de 2021, um homem joga um balde de piche em frente à residência.

O último ataque registrado pelas câmeras foi de um homem gordo chegando de moto em frente à casa e, sem tirar o capacete, ele desce e furta as duas câmeras de segurança.

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