Juiz mantém justa causa de motorista que se masturbou perto de passageira
Motorista processou empresa após ser demitido por assediar passageira
Juiz do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 24ª Região, André Luis Nacer de Souza decidiu manter a dispensa por justa causa do motorista de ônibus de empresa de transporte interestadual, que se masturbou próximo de uma passageira, em maio deste ano.
Após demiti-lo por justa causa, a empresa foi processada pelo motorista sob a alegação de que a demissão era indevida, pois não havia praticado qualquer ato que justificasse a dispensa.
Ele dirigia na linha interestadual Campo Grande-Cuiabá, revezando a direção com outro trabalhador. No período em que estava de folga, ele saiu da cabine e foi até um assento destinado a passageiros, onde se masturbou próximo de uma passageira. Ela procurou a empresa para reclamar do ocorrido após a viagem terminar.
Ele foi afastado após o depoimento da passageira, ouvida no processo como testemunha, e da análise das filmagens do interior do veículo, em que é possível ver o motorista se deslocando dentro do ônibus até um assento próximo a ela.
Nas gravações também é possível ver movimentos que, segundo o juiz, “induzem à conclusão de que estava se masturbando enquanto visualizava seu telefone celular, sem qualquer pudor ou preocupação”.
Além de reconhecer a justa causa, o juiz ainda determinou a expedição de ofício ao MPE (Ministério Público Estadual) para apuração de crime de Importunação Sexual, previsto no artigo 215-A do Código Penal.
O magistrado ainda revelou seu espanto com o fato de que “mesmo diante de provas robustas de ato tão censurável, o reclamante tenha ajuizado reclamação trabalhista alegando nulidade da dispensa por justa causa”.