Justiça dá 60 dias para Hospital do Câncer corrigir irregularidades em cozinha
Hospital terá até 10 de dezembro para fazer adequações solicitadas por relatório da Vigilância Sanitária
O Tribunal de Justiça estabeleceu um prazo de 60 dias para que a Fundação Carmem Prudente, responsável pela administração do HCAA (Hospital de Câncer Alfredo Abrão) em Campo Grande, apresente um plano detalhado com ações e prazos para resolver problemas sanitários que foram encontrados na unidade de alimentação e nutrição do hospital.
A decisão foi proferida pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da comarca de Campo Grande, para atender uma Ação Civil Pública movida pelo MPE (Ministério Público Estadual).
O prazo de 60 dias, que termina no dia 10 de dezembro de 2024, foi determinado após a apresentação de um relatório técnico emitido pela Vigilância Sanitária de Mato Grosso do Sul que concluiu que as adequações sanitárias do setor estão “insatisfatórias”.
O documento, elaborado em fevereiro deste ano, aponta uma série de não-conformidades nas instalações e processos da unidade de alimentação e nutrição do HCAA. Entre as principais falhas está a ausência de programação e registros adequados de capacitações e treinamentos da equipe de nutrição.
O relatório também destaca a existência de deficiências no controle de qualidade dos alimentos servidos aos pacientes. Segundo a Vigilância Sanitária, não há registros consistentes do binômio tempo/temperatura, necessário para garantir a segurança alimentar no hospital. "Não são registrados os horários em que as temperaturas são aferidas, e em algumas datas não foram feitos os registros", aponta o documento.
Além disso, foram detectadas inadequações nas instalações físicas da unidade, que não atendem às especificações mínimas exigidas pelas normas sanitárias. A Vigilância Sanitária destacou que o dimensionamento das áreas dificulta o fluxo ordenado no preparo das refeições, o que pode resultar “em cruzamentos entre as etapas de preparação, o que pode comprometer a segurança e a qualidade dos alimentos”.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do hospital para saber se já foi elaborado o cronograma de execução solicitado pela Justiça, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos.
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