Justiça de MG libera goleiro Bruno para dar aula de futebol para crianças
A 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha (MG) autorizou o goleiro Bruno Fernandes de Souza, 32 anos, a trabalhar fora da prisão como professor de futebol para crianças e adolescentes na cidade, onde cumpre pena como réu pelo assassinato da modelo de Campo Grande, Eliza Samúdio.
Segundo a decisão, Bruno trabalhará de segunda a sexta-feira no Nucap (Núcleo de Capacitação para a Paz), entidade voltada para a inclusão social e ressocialização de filhos de detentos e ex-detentos.
O órgão atende cerca de 60 crianças e adolescentes na cidade e um dos objetos, por exemplo, é permitir que mães condenadas possam conviver com os filhos longe do cárcere.
Bruno não poderá ter acesso á área externa do núcleo ou a pessoas estranhas à entidade, a não ser no caso de familiares. O goleiro sairá do presídio direto para a instituição onde realizará atividades, sem qualquer contato externo. Os dias de trabalho serão controlados em folha de frequência e serão usados para diminuir a pena do condenado.
A decisão que permite a Bruno trabalhar externamente foi justificada pelo “bom comportamento e por não apresentar alteração psicopatológica”. “O reeducando deve se inserir em atividades laborativas com o fito de recuperação de sua dignidade”, diz o texto da decisão judicial.
O ex-goleiro de Atlético-MG e Flamengo está preso desde 2010 acusado de participação no assassinato de Eliza. Em 2013, ele foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver da ex –amante, além do sequestro e cárcere privado do filho que teve com a vítima.
Em fevereiro deste ano, Bruno conseguiu habeas corpus para deixar a prisão em que cumpria a pena, em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, e assinou contrato com o Boa Esporte, time da Série B do Campeonato Brasileiro, por duas temporadas.
O goleiro disputou cinco partidas pelo clube de Varginha, válidas pelo hexagonal final do Módulo II (correspondente à segunda divisão) do Campeonato Mineiro. Sofreu quatro gols nas duas vitórias, dois empates e uma derrota acumuladas.
Em abril, no entanto, o Superior Tribunal Federal, em Brasília, decidiu por três votos a um revogar o direito do réu em aguardar o julgamento em liberdade. Bruno então se apresentou à Justiça de Varginha e segue preso na cidade à espera do julgamento do recurso pedido por sua defesa, que deve acontecer em setembro.