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Esportes

Bruno ignora caso Eliza e diz que não descarta ser lembrado para a Seleção

Paulo Nonato de Souza | 14/03/2017 15:21
Goleiro Bruno, no centro, em sua apresentação no Boa Esporte nesta terça-feira (Foto: Nelson Antoine / Estadão)
Goleiro Bruno, no centro, em sua apresentação no Boa Esporte nesta terça-feira (Foto: Nelson Antoine / Estadão)

A campo-grandense Eliza Samudio e seu assassinato, que condenaram o goleiro Bruno Fernandes, ex-Flamengo, a mais de 22 anos de prisão em primeira instância, foram ignorados por ele e pelos dirigentes do Boa Esporte, de Minas Gerais, em sua apresentação nesta terça-feira, 14, em Varginha.

Foi o primeiro contato de Bruno com o mundo do futebol profissional, depois de quase sete anos preso pela participação na morte de Eliza Samudio, a ex-amante com quem teve um filho, o Bruninho, hoje com 7 anos e sob a tutela da avó materna, que mora em Anhandui, distante 60 km de Campo Grande.

Havia toda uma programação, incluindo entrevista coletiva, para ser cumprida normalmente, como se ninguém fosse lembrar do assassinato de Eliza Samudio. Se realmente pensou nessa possibilidade, só mesmo a diretoria do Boa Esporte acreditou que o foco da imprensa seria o futebol. As perguntas, em sua grande maioria, foram sobre a morte da campo-grandense e nenhuma respondida.

Tanto o goleiro quanto os dirigentes se recusaram a falar sobre qualquer coisa relacionada ao caso. Perguntado se ele seria bom exemplo para um pai que quisesse levar o filho ao estádio para ver um jogo do Boa Esporte, Bruno apenas disse: "Eu também não te respondo a essa pergunta”.

Com uma camisa do Boa Esporte ainda estampando os patrocinadores que anunciaram rescisão de contrato com o clube - Goi&Silva, Nutrends e Kanxa - em redes sociais, Bruno teve uma postura semelhante a que tinha quando era titular e capitão do Flamengo. 

Agiu como se nada tivesse acontecido. Disse que está feliz com a oportunidade de jogar a segunda divisão do Campeonato Mineiro e a Série B do Campeonato Brasileiro pelo Boa Esporte e não descartou até mesmo ser lembrado para defender a Seleção Brasileira na Copa de 2018 na Russia.

O goleiro assinou contrato de dois anos com o Boa Esporte. Seu processo ainda está em andamento e ele aguarda o julgamento de seu recurso pelo TJ-MG. Em condição de prisão preventiva desde 2010, a demora na apreciação motivou o STF (Supremo Tribunal Federal) a liberá-lo.

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